quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A política na era da Internet


A internet se apresentou como espaço democrático onde todos podem expressar suas opiniões que sempre terá alguém ouvindo, concordando ou não. Esse espaço motiva as mais diversas formas de expressão e organizações, das mais diferentes naturezas. Os grandes movimentos estão, na sua maioria, ligados à política, como a revolução no Egito, Churrasco da gente diferenciado, protestos contra Sarney, Movimento Passe Livre, só para citar alguns exemplos, resta saber se isso está trazendo uma conscientização política, ou são assuntos sazonais que geram movimentação na rede e refletem na realidade.
Podemos entender a internet como uma motivadora de uma pré-disposição que os jovens têm de se expressar politicamente e participar da vida política/social da sociedade, isso serve de argumento para os mais otimistas sobre o tema, mas confesso que não sou tão otimista assim.
Não discordo da importância que a internet vem tendo nos últimos tempos, do seu papel democrático e de difusor de informação, mas daí a ter o título da grande responsável pelos movimentos sociais que estão acontecendo, eu não concordo. Como grande difusora eu não tenho dúvidas que a internet desempenha seu papel com excelência, mas não aceito a ideia de que a internet é a responsável pelas conquistas ou manifestações recentes.
Tomando como exemplo a queda do ditador Mubarak, é injusto com todos aqueles que morreram e lutaram contra as tropas do ditador achar que tudo só foi possível graças ao twitter e facebook. Mais uma vez insisto na importância que essas redes sociais tiveram, mas como difusoras, para mostrar ao mundo o que estava acontecendo e como uma ferramenta de organização. Mas o que tirou o ditador foram as pessoas que saíram às ruas e se colocaram contra o regime. Achar que tudo isso foi graças ao facebook, na minha percepção, é errado. As revoltas aconteceriam de um jeito ou de outro, talvez com uma dificuldade a mais na organização, mas aconteceriam.
Na rede, o que predomina, daí o advento da mesma, é o pensamento individual, é a possibilidade de colocar o que quer, individualmente, em evidência. Na internet as vontades e aspirações individuais, devido a abrangência, se coincidem com de outros, mas isso não faz com que percam o caráter individualista. Na rede não existe um abandono de um bem estar individual para um coletivo, por isso as grandes transformações não terão forças o suficiente para acontecerem.
A frase “xingar muito no twitter” que já virou uma expressão comum, explica bem toda essa situação. As redes sociais, quando falamos de manifestações políticas e sociais, são cômodas. Isso porque tira o “peso na consciência” que as pessoas possam vir a ter por não participar da vida política da sociedade e dá a possibilidade de se manifestar sentado na frente do computador, sem grandes esforços.
Acreditar que as coisas mudarão por um simples post no twitter ou vídeo no youtube é ilusão. Temos que passar a enxergar as redes sociais como uma ferramenta de organização, e não como peça chave  para as conquistas dos novos tempos. Grandes conquistas já aconteceram sem as “redes sociais” para auxiliar. O grande personagem é, e sempre será, o povo, o que auxilia esses movimentos é variável, inconstante, a força da união popular prevalece com o tempo e se adapta as novas necessidades e tecnologias.
Além disso, a utilização da internet para discussões políticas é mínima. Segundo pesquisas  da Power to the people, dos participantes de redes sociais 74% a utilizam para enviar mensagens aos amigos; 55,1%, para postar suas fotos; 33,6%, para baixar e ouvir músicas; 30,8%, para preencher seus blogs, na maioria com informações pessoais ou sobre a família; 23,3%, para instalar aplicativos; 21,9% para publicar vídeos; 18,3%, para namorar; 9,8%, para promover bandas musicais e 3,2%, para outras atividades e, para os mais otimistas, pode estar dentro dessa pequena parcela as discussões políticas.

A militância política na internet pouco serve se permanecer na internet. Se não for exteriorizada de nada funciona. Um twit, comentário ou vídeo desaparecem assim que aparecer algo mais interessante, quem não está interessado, desliga o computador ou muda de site. As mobilizações sempre serão as vozes daqueles que estão reivindicando. Essa não dá pra mudar de página ou esquecer.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pensamento de uma sexta...


Tirado do texto O ovo da serpente publicado no sitio de Adital

De Frei Betto

“As mobilizações tipo Ocupem Wall Street servem para denunciar, não para propor, se não houver um projeto político. Quem se queixa do presente e teme o futuro, corre o risco de se refugiar no passado – onde se abrigam os fantasmas de Hitler e Mussolini.”

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A cara da dignidade


Por Emir Sader, publicado no sítio de Carta Maior

Que bom que uma foto como essa reflita um momento como esse, com essa cara de dignidade, enfrentando seus algozes, que escondem seus rostos!

Que bom que essa foto reflita a cara de uma militante depois de 22 dias e noites das torturas mais cruéis – de pau de arara, choque elétrico, afogamento e outras violências físicas -, como não se quebra a coragem de um ser humano que se decidiu a lutar contra as injustiças!

Que bom que as novas gerações possam ver isto, quem estava de cada lado, quem dava a cara e quem escondia a cara!

Que bom que uma foto como esta venha a público quando a Comissao da Verdade está prestes a começar a funcionar e alguns ainda pretendem passar a ideia de que eram dois grupos armados digladiando-se, como se não houvesse quem estava do lado da ditadura e quem estava do lado da democracia!

Que bom que os jovens de 22 anos possam hoje ver o que foi a vida daquelas gerações dos que lutamos contra a ditadura!

Que bom que pudemos ter gerações com aquela, que lutaram com dignidade, não medindo sacrifícios, para que pudéssemos derrotar a ditadura!

Que bom que se possa romper a censura da velha mídia e publicar fotos como essa e outras daquela época, de tão triste memória para o país, e que os que estiverem implicados nela querem fazer esquecer.

Que bom que existam pessoas que enfrentaram e seguem enfrentando as injustiças com essa coragem e essa dignidade.

Que bom que tenhamos uma mulher assim como Presidenta do Brasil!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cuba, país com melhor desenvolvimento humano da América Latina


Via Pátria Latina

Cuba confirmada como o país com melhor desenvolvimento humano da América Latina

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA em inglês), na apresentação do Informe sobre o Estado da População Mundial 2011, além de analisar o fato de que o mundo chegou aos 7 bilhões de habitantes, assegurou que Cuba é a nação com mais alto desenvolvimento humano latino-americano, chegando a afirmar que conta com um desenvolvimento equivalente a um quarto de século de avanço em relação aos demais países da América Latina e do Caribe.
Isso ocorre devido aos baixos níveis de mortalidade do país, a elevada esperança de vida, seu acesso à saúde e educação, sua saúde sexual e reprodutiva, e os indicadores de envelhecimento de sua população, todos com valores similares e, inclusive, maiores aos de nações industrializadas.
Com respeito ao enfoque sobre os 7 bilhões de pessoas no mundo, a UNFPA não só evidenciou dados demográficos, como também o aprofundamento das problemáticas sociais e econômicas que implicam no crescimento da população, onde se alguns questionamentos foram levantados: De que maneira reduzir as lacunas entre ricos e pobres e retificar as desigualdades entre homens e mulheres, e entre meninos e meninas?  Ou ainda: Como alcançar que as cidades sejam lugares aptos para viver?
O documento mostrou os grandes contrastes sociais e as necessidades de trabalharmos unidos pelo progresso, como, por exemplo, a questão da natalidade. Enquanto nas nações européias mais industrializadas nascem 1,5 crianças por mulher, na África - de alarmantes indicadores sócio-demográficos e grande pobreza -, nascem cinco bebês por mãe.
Esta conquista de Cuba se soma a sua reconhecida luta contra o racismo, a desnutrição infantil e sua comprovada qualidade em todos os níveis de educação.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pobreza na América Latina fica 17 pontos percentuais menor em dez anos


Via Agencia Brasil 

Pesquisa da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) aponta que, em dez anos, a taxa de pobreza na América Latina diminuiu 17 pontos percentuais. No período, o índice caiu de 48,4% para 31,4%. Houve redução também na taxa de indigência – parcela da população que vive abaixo do nível de subsistência –, que saiu de 22,6% para 12,4%.
Os dados constam do documento intitulado O Panorama Social da América Latina 2011, que afirma que as taxas são as menores registradas nos últimos 20 anos. A expectativa da Cepal é que o índice de pobreza fique ainda menor em 2011, com 30,4%, o que significa 101 milhões de pessoas nessas condições. O índice de indigência sofrerá pequeno aumento, fechando o ano em 12,8%, com 73 milhões em situação de pobreza extrema.
Segundo o documento, a redução da pobreza é atribuída ao aumento de renda e do trabalho. “Embora a queda da pobreza seja devida principalmente ao crescimento da renda média dos domicílios, a redução da desigualdade também tem incidido de maneira significativa. Apesar da leve redução da desigualdade, isso contribui para configurar um cenário favorável, sobretudo em um contexto de ausência prolongada de melhoras distributivas generalizadas”, diz o estudo.
Em contrapartida, a alta nos preços dos alimentos neutralizou o aumento previsto nas rendas domiciliares e ocasionou leve aumento da taxa de indigência.
Cinco países registraram reduções significativas em suas taxas de pobreza: Peru (-3,5 pontos), Equador (-3 pontos), Argentina (-2,7 pontos), Uruguai (-2 pontos) e Colômbia (-1,4 pontos). Nesses países, a variação das taxas de indigência também apresentou sinal negativo, com quedas entre 0,5 e 1,7 ponto percentual.
Honduras e o México foram os únicos países com incrementos significativos em seus índices de pobreza e de indigência, de 1,7 e 1 ponto percentual, respectivamente, no primeiro país e de 1,5 e 2,1 pontos percentuais no segundo.



 Minha observação:
Nos últimos anos, não coincidentemente os mesmos 10 destacados pela pesquisa, a América Latina vem passando por uma “quinada à esquerda”. Governos como e de Lula no Brasil, Chávez na Venezuela, Evo na Bolívia, Rafael Correa no Equador e Humala no Peru dão uma nova cara à política latino americana, que mesmo com o mundo em crise, apresentam índices de crescimento e melhora na qualidade de vida. Tudo isso, reflexo de uma política mais humana e justa.
Enquanto os ditos “países de primeiro mundo” se afundam na crise e tentam, em vão, uma salvação pelo sistema neoliberal, a América Latina dá um exemplo de modelo alternativo para superar as dificuldades e passar, a exemplo do Brasil, o período de recesso mundial com aumento nos índices de desenvolvimento econômico e social.

domingo, 27 de novembro de 2011

A mídia, a PM e a USP



Não é de hoje que a polícia militar, principalmente a de SP, se mostra truculenta e reacionário. Destaco a PM de São Paulo, pois essa reflete a postura do governo estadual e, consequentemente, de quem o elege.
Pois bem, partindo desse princípio, qualquer manifestação que se mostre indignada com o trato dado pela PM aos trabalhadores e estudantes eu me coloco a favor. Não pelo simples prazer de concordar, mas por ver uma manutenção da repressão da ditadura, feita por uma polícia que tem como objetivo zelar pelos ricos.
Falando exclusivamente das manifestações em torno da ocupação da polícia no campus da USP, além dos motivos acima, me anima a mobilização estudantil, que há tempos estava fraca por conta da partidarização do movimento e conseqüente afastamento daqueles que deveriam ser os mais interessados, os estudantes.
O que vemos hoje é paixão que sempre esteve presente nos estudantes, é a vontade por mudança, é a voz daqueles que lutam pelo futuro do país.
Em tempos de individualismo, de bandeiras fragmentadas, com o neoliberalismo mostrando suas piores faces, essa mobilização é, no mínimo, digna de atenção.
O ponto principal da discussão, a meu ver, é a reação da população em relação ao caso. Grandes transformações, por maior que seja o contingente de “atuantes”, só é possível quando cai no gosto comum, ou seja, a manifestação pode reunir milhares de manifestantes, mas se não for uma causa geral, que a população não apóia, não acontecerá, ou será muito mais difícil de conseguir mudanças.
Nesse ponto, em certo sentido, estamos reféns da mídia nativa, dos senhores da casa grande. São eles, através de seus jornalecos e revistinhas, que criam um censo comum como acham conveniente.
No Brasil, poucos veículos detêm a audiência de grande parte da população, veículos esses  que se repetem, replicam, copiam e inventam as mesmas notícias e opiniões. Nesses cenários é observado um espiral de mídia. Para ilustrar, é como acontece (não raramente) na Globo, que pega como base a revista Veja. Depois do jornal Nacional os jornais replicam a matéria, como Folha e Estadão, e assim por diante. O que passa despercebido é que, nesse caso, se a informação da Veja não for verdadeira ou estiver incompleta, todos os outros veículos estão incompletos ou errados. É como uma pirâmide, que tirando uma peça da base toda ela desmorona.
Claro que a única fonte de informação não é a grande mídia (o PIG, como gosta de chamar Paulo Henrique Amorim). Diversas outras fontes dão informações diferenciadas, mas o que acontece é uma “pregação para convertidos”. Os que lêem essas mídias são aqueles que já concordam com o que elas dizem.
O que quero dizer é que são raros os casos de quem coleta informações diferentes e entende a situação. As notícias que saem na grande mídia se tornam verdades, sem questionamentos.
A pergunta é, como quebrar esse ciclo de leituras? Como criar uma consciência de que as mídias são fontes de informação (verdadeiras ou não, e parciais) dos fatos? Não sei se é a resposta, mas a internet vem se mostrando uma grande aliada nessa tarefa. Dentro da rede, onde qualquer um pode compartilhar um link, os veículos ganham pesos iguais, destaques iguais. Nos resta saber até que ponto as pessoas estão dispostas a ouvirem opiniões diferentes, e mais, não só ouvirem mas criarem as próprias interpretações dos fatos...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Falta comida e Louis Vuitton


Mais um Natal chegando e a Campanha papai Noel dos Correios começou e, como em todos os anos, alguns pedidos me surpreendem, não pelos sonhos impossíveis, mas pela simplicidade e carência das crianças. Segundo matéria reproduzida no G1 “Anderson, de dez anos, pede um cobertor para a mãe. Robson pede um pijama, uma cueca e uma meia. Gustavo conta que a mãe ganha bem pouquinho e o pai está desempregado. Ele pede uma cesta de Natal e um franguinho para a mãe. Em outra carta, Anderson pede um conjunto de garfo e colher para a mãe, "pois ela vai ficar muito feliz e agradecida." Uma outra criança escreve: "estamos precisando de alimentos. Deus lhe pague e muito obrigado."

E mesmo com todo essa demonstração de carência e descaso do poder público, segundo matéria do “The New York Times” o mercado de luxo brasileiro está crescendo a níveis absurdos, chegando ao ponto de poder faltar oferta para tamanha procura, aqui.

Mais uma vez reforço minha opinião quanto a democracia:

Eleições e um congresso cheio de políticos não é a única forma de viver num país democrático... 

Não é admissível que num mesmo país, preocupações quanto à alta procura por produtos de luxo dividam espaços com a falta de comida, saúde e emprego.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Malditos comunistas!


O cronista escreve em Carta Maior uma avaliação ironicamente bem humorada do saldo de madalhas que a Ilha conquistou nos jogos Pan-Americanos.

Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba.

Mais uma vez!

Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.
Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares.
Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas.
Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48.
Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?
Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista.
A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro.
Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813.

Tudo para fazer propaganda comunista!
Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva.
Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.
E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação.
Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória.
A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.
Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado.
Pô, assim não vale!
Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza.
Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado.
Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

Malditos comunistas…

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Um míssil contra a corrupção


Excelente entrevista de CartaCapital com o deputado Henrique Fontana.

Por duas vezes o deputado federal Henrique Fontana conseguiu adiar a votação de seu relatório sobre a reforma política ao antever prováveis derrotas. A maior resistência ao texto concentra-se na proposta de financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais, uma ideia que tem unanimidade no PT, mas é rejeitada por quatro grandes legendas no Congresso: PMDB, PSDB, DEM e PP. E pior: mal compreendida e pouco debatida, encontra forte resistência na opinião pública. Fontana não desiste. Pretende levar o relatório à votação na quarta-feira 9, apesar de o risco de reprovação continuar o mesmo de antes. “O sistema de financiamento privado traz enorme prejuízo à democracia. Entre outros pontos, por dar enorme poder aos financiadores.” Segundo o parlamentar, o modelo atual pavimenta os caminhos da corrupção e afasta da política cidadãos com boas ideias e ideais.

CartaCapital: Alimenta-se no Brasil a tese de que o sistema político brasileiro é imprestável e precisa ser totalmente reformado. É isso mesmo?
Henrique Fontana: Não, mas acredito que algumas mudanças estruturais seriam decisivas para consolidar a democracia. O voto proporcional, por exemplo, é uma qualidade do nosso sistema. O primeiro passo para não reformar nada, você sabe, é querer reformar tudo. Como relator da reforma na Câmara dos Deputados, optei por priorizar alguns pontos e focar no que me parece mais essencial. Se o gênio de Aladim me concedesse um único desejo nesta reforma, pediria a aprovação do financiamento público exclusivo de campanha com forte restrição nos custos. Para que as disputas eleitorais voltem a ser baseadas em programas e não sejam apenas um festival de marketing.
CC: Por que é tão difícil aprovar uma -reforma política, mesmo nestes termos?
HF: Há duas causas essencialmente. Existem setores que se beneficiam do sistema atual, caríssimo e baseado no financiamento privado das campanhas. E existe um temor de parte dos parlamentares eleitos de fazer a mudança. Na sociedade há uma maioria expressiva que apoia a reforma. Pesquisas indicam que mais de 80% da população a querem.
CC: Mas esta mesma população rejeita a ideia do financiamento público exclusivo. Por que ele seria melhor do que o sistema atual?
HF: O sistema atual, de financiamento privado, tem levado a um encarecimento astronômico das campanhas. Em 2002, os custos de todas as campanhas foram de 827 milhões de reais. Em 2010, a soma atingiu 4,8 bilhões. O aumento foi de 591%. As eleições se transformaram em uma corrida do ouro na qual a capacidade de arrecadar vale mais do que o projeto que se defende ou a história e o currículo de quem concorre. Das 513 campanhas mais caras do País, 369 tiveram resultado positivo. Ou seja, os candidatos foram eleitos. Quanto mais cara a campanha, mais chances de ganhar nas urnas. O sistema privado tem um componente que traz enorme prejuízo à política: ele dá enorme poder aos -financiadores. Ao escolher este e não aquele “merecedor” de financiamento, eles limitam as opções eleitorais. Fazem a seleção. E os mesmos que financiam vão depois tratar com o governo de obras, compras estatais etc. Isso gera um mecanismo que fortalece os caminhos da corrupção. Óbvio que a corrupção é algo multifatorial, mas eu não tenho dúvida de que o financiamento público é uma das armas mais poderosas para combatê-la.
CC: Há quem diga que o PT abraçou a proposta do financiamento público para tentar apagar a imagem do chamado mensalão.
HF: É uma tese irônica. Infelizmente quase todos os partidos brasileiros enfrentaram problemas com financiamento de campanha. Precisamos nos dar conta, em nome do futuro do País-, da nossa democracia, de que a adoção do financiamento público dará mais autonomia aos governos eleitos e vai retirar boa parte da pressão que o poder econômico exerce hoje. Vai oxigenar a democracia, por permitir que milhares de brasileiros refratários a participar da política nela ingressem. Também acho que todo setor empresarial desejoso de vencer licitações com base na qualidade dos serviços oferecidos, no preço, na incorporação da tecnologia e da inovação vai aplaudir a mudança. Pois muitas vezes esses setores se sentem chantagea-dos a participar de um sistema de financiamento, legal ou não, para não ver comprometidas suas relações com futuros governos. Hoje os eleitores pagam caríssimo pelas campanhas, sem saber o quanto pagam e como pagam.
CC: Como é possível estabelecer o financiamento público em um sistema de voto nominal? Como seria feita a distribuição de recursos por candidato?
HF: Na última versão do relatório que apresentei, no fim de outubro, sugiro o sistema de votação apelidado de belga, mas que é adotado também na Holanda, Noruega, Suécia e Dinamarca. Os partidos organizam uma lista de candidatos. Mas atenção, ela não será feita pelos caciques. Terá de ser submetida a uma votação de todos os filiados. O eleitor vai continuar a votar da mesma maneira. Se ele quiser votar no partido, vota. Se quiser escolher o candidato, o faz. Há uma diferença, os partidos serão obrigados a se democratizar. A política brasileira padece de três problemas centrais: o abuso do poder econômico no processo democrático, a falta de democracia nos partidos e o personalismo.  Outro ponto do projeto é que ele amplia a possibilidade de participação direta da sociedade através das redes sociais. Atualmente, é muito difícil tramitar no Congresso um projeto de iniciativa popular. Eu sugeri um sistema no qual setores da sociedade, um único cidadão ou entidade, inclusive, poderão enviar sugestões. O tema será protocolado no Parlamento e ficará disponível no site por um tempo. Se a proposta obtiver 500 mil assinaturas digitais ou físicas ele passa a tramitar. Com um milhão, ganha regime de urgência. Abro também a possibilidade de emendas constitucionais de iniciativa popular, o que não é permitido hoje. Neste caso, o total de assinaturas necessárias sobe para 1,5 milhão.
CC: Enquanto os partidos de esquerda se fixam no financiamento público, aqueles de direita pregam o voto distrital. Qual a sua opinião?
HF: Sou crítico do voto distrital por diversas questões. Ele tende a concentrar o poder na mão de dois ou três partidos. Veja os Estados Unidos e o Reino Unido, dominados pelo bipartidarismo. Tem gente que defende esse sistema por achar que o PT sairia enfraquecido. É um engano. O PT é um dos grandes partidos do Brasil, tem 32% da preferência dos eleitores. Depois vem o PMDB, com 8%. Mas nem por isso vamos defendê-lo. Queremos um sistema capaz de aferir da melhor maneira a vontade da população. Outro problema do voto distrital é que ele joga fora muitos votos. Exemplo: em um distrito disputam cinco candidatos. Um faz 30%, o segundo faz 25%, o que fica em terceiro faz 20% e assim por diante. Alguém com 30% dos votos ganha o distrito todo. No sistema proporcional é diferente. Se 5 milhões de eleitores votarem num determinado estado, calcula-se o peso do voto desses eleitores e definem-se quantas vagas vão para cada partido. É muito mais plural, democrático. No distrital, o voto de opinião, de minorias, seria eliminado. O parlamentar viraria um defensor de temas paroquiais, locais. Seria avaliado pela quantidade de dinheiro que trouxer para uma ponte ou uma estrada.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

WikiLeaks aponta Wiliam Waack como informante do governo dos EUA patrocinado pela CIA



O repórter William Waack, da Rede Globo de Televisão, foi apontado como informante do governo norte-americano, segundo post do blog Brasil que Vai – que citou documentos sigilosos trazidos a público pelo site WikiLeaks há pouco menos de dois meses. De acordo com o texto, Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”.
Por essa razão, ainda segundo o texto, é que se sentiu à vontade para protagonizar insólitos episódios na programação que conduz, nos quais não faltaram sequer palavrões dirigidos a autoridades do governo brasileiro.
O post informa ainda que a política externa brasileira tem “novas orientações” que “não mais se coadunam nem com os interesses norte-americanos, que se preocupam com o cosmopolitismo nacional, nem com os do Estado de Israel, influente no ‘stablishment’ norte- americano”. Por isso, o Departamento de Estado dos EUA “buscou fincar estacas nos meios de comunicação especializados em política internacional do Brasil” – no que seria um caso de “infiltração da CIA (a agência norte-americana de inteligência) nas instituições do país”.
O post do blog afirma ainda que os documentos divulgados pelo Wikileaks de encontros regulares de Waack com o embaixador do EUA no Brasil e com autoridades do Departamento de Estado e da Embaixada de Israel “mostram que sua atuação atende a outro comando que não aquele instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.

Henfil 2


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bolsa Família



Não sei se essa notícia acaba com o sentimento raivoso da elite brasileira e seus partidos de direita, mas ao menos levará a uma reflexão, é o que espero... Desde 2003, quando o Bolsa Família foi criado, cerca de 2,227 milhões de famílias abandonaram o benefício, por vontade própria ou por avaliação do governo. Isso se dá exclusivamente pela melhora no status social.
É a prova de que, ao contrário do que muitos achavam e torciam para ser, o programa não é meramente assistencialista, que acomoda os beneficiados e inibe a entrada dos mesmos ao mercado de trabalho.
É a prova do sucesso do programa, que já foi reconhecido mundialmente, mas nossa mídia e seus patrocinadores, insistem em desaprová-lo.
O número de beneficiados pelo programa está perto de 12 milhões, quase a totalidade dos 16 milhões que estão abaixo da linha da pobreza, parte da população que nossa presidenta Dilma quer auxiliar com o Brasil sem miséria.
Distribuição de renda, criação de novos empregos e melhora na qualidade de vida, objetivos alcançados com o Bolsa Família, que tornam as esperanças depositadas no Brasil sem miséria, muito mais próximas da realidade.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

15 de outubro – Indignados e Globalizados


Antes de mais nada, destaco a importância do “AcampaSampa”, sei da relevância política e social que ele representa e todo seu potencial como força popular. Mas não posso deixar de destacar alguns pontos.
O movimento surge sem lideranças, com propostas gerais, abrangentes e de caráter internacional (as mesmas reivindicações aqui são as de Madri, Chile e Nova Iorque, para citar alguns exemplos)
As causas são nobres, mas carecem de realidade. O movimento corre o risco de ficar obsoleto, de seus participantes não se renovarem. E isso pode acontecer pela falta de mudanças rápidas, que interfiram no cotidiano. Não é necessário, nesse primeiro momento, grandes mudanças, mas algo que prove a força que a união tem, que mostre o caráter transformador mesmo que em pequenas causas.
Algumas saídas no meu entendimento:
A construção de uma liderança que posteriormente se torne uma candidatura e que seja, de fato, representativa, mesmo que para isso seja necessária a “rendição” ao atual sistema eleitoral.
Apoio a mudanças que já tramitam nos corredores do congresso como o financiamento público de campanha e o fim do voto secreto, com o intuito de potencializar a participação popular e diminuir os vínculos dos nossos representantes com o setor privado.

Nada disso exclui o movimento que mundialmente vem ganhando força, mas vejo nessas opções um jeito mais rápido e efetivo de se construir uma nova sociedade.

Para finalizar: e como fica a opinião daqueles que não podem participar das assembléias, mas compartilham dos mesmos ideais? As assembléias se tornarão representativas?
Caímos no mesmo ponto.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mais uma tentativa de acabar com o bloqueio



ONU pronta para vigésima condenação contra bloqueio a Cuba

25 de octubre de 2011, 08:28Nações Unidas, 25 out (Prensa Latina) Pelo vigésimo ano consecutivo, a Assembleia Geral das Nações Unidas emitirá hoje uma nova condenação ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos contra Cuba há quase meio século.
Na presença do chanceler cubano, Bruno Rodríguez, o máximo fórum mundial votará nesta terça-feira outra resolução sobre a "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".
Esse é o título de um relatório apresentado pela ilha caribenha, no qual são detalhados os danos sofridos por seu povo devido ao cerco norte-americano e que ascendem a uma quantia de 975 bilhões de dólares.
O texto sustenta que as medidas estadunidenses persistem e se intensificam apesar da crescente e categórica demanda da comunidade internacional para sua eliminação.
No ano passado e no mesmo plenário da ONU, 187 países voltaram a condenar o bloqueio, frente aos únicos votos negativos dos Estados Unidos e Israel e as abstenções de Ilhas Marshall, Micronésia e Palau.
Essas votações começaram em 24 novembro de 1992, quando a sessão ordinária 47 da Assembleia aprovou por 59 votos a favor, três contra e 71 abstenções a primeira resolução nesse sentido.
Há um mês, meia centena de governantes do todo o mundo pediram, no palanque da Assembleia Geral da ONU, o fim do bloqueio de Washington contra Cuba.
Nessa ocasião, o ministro cubano de Relações Exteriores denunciou a intensificação do bloqueio e das tentativas de subverter a ordem constitucional elegida livremente pelos cubanos.
Ao mesmo tempo, reiterou a disposição e interesse do governo de Cuba em avançar para a normalização de relações com os Estados Unidos e a proposta de iniciar um diálogo dirigido à solução dos problemas bilaterais.
Nesse sentido, mencionou os assuntos humanitários e ratificou a oferta de negociar acordos de cooperação contra o narcotráfico, o terrorismo, o tráfico de pessoas, os desastres naturais e a proteção do meio ambiente.
Esta será a terceira condenação da ONU desde a chegada do atual presidente, Barack Obama, à presidência estadunidense.

Minha opinião:

Infelizmente, não tenho muita esperança, não antes da próxima eleição presidencial dos EUA. Quem sabe, caso o Obama seja reeleito para seu segundo mandato, mudanças substanciais sejam feitas.
É que nos EUA não é permitido ser eleito por mais de dois mandatos, seguidos ou não. E para um Nobel da Paz, que não poderá mais exercer o papel de presidente, seria esperado algumas mudanças nas relações com Cuba.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Querido Comandante...

Abaixo, reproduzo a carta de René, um dos Cinco cubanos que estavam em Miami em missão antiterrorista, enviada a Fidel Castro e Rául.
René foi o primeiro dos Cinco que saiu da prisão, no último dia 7. Apesar de ter que cumprir mais 2 anos de pena nos EUA, no regime de “liberdade assistida”, a liberdade foi motivo de grande euforia.

Segue:

Querido Comandante:

Antes de mais, um abraço, o meu agradecimento, o sentimento de apreço não só por todo o apoio que você tem-nos demonstrado, pela forma como você tem mobilizado não apenas o povo todo e a solidariedade internacional em favor do nosso caso, senão, em primeiro lugar, por ter-nos servido de inspiração, por ter sido o exemplo que seguimos ao longo destes 13 anos e por ter sido para nós uma bandeira que sempre seguiríamos.
Para nós esta missão não é mais do que a continuidade de tudo o que vocês fizeram, daquilo que a sua geração fez pelo povo cubano e pela humanidade.
Para mim é um prazer enorme enviar-lhe esta mensagem, enviar-lhe o abraço temporário, que vai por essa via, porque sei que nos abraçaremos finalmente; apesar das inúmeras tentativas de nossos adversários por impedi-lo, sei que nos daremos esse abraço. Sei que os Cinco retornarão porque você o prometeu e porque tem mobilizado a energia, o melhor da humanidade, a vontade de todos para que isso aconteça.
Para nós é uma grande honra servir à causa que você inspirou no povo de Cuba, ser seus seguidores, seguidores do caminho que você e Raúl abriram, e nunca deixaremos de ser merecedores dessa confiança que vocês depositaram em nós.
Aos dois, a você, Fidel, a Raúl, que agora nos guia nesta nova etapa difícil, complexa, mas gloriosa em que estamos envolvidos para acabar com a dependência econômica que ainda nos ata e que impede que possamos construir a sociedade que queremos, enviou-lhes um abraço de parte dos Cinco, digo-lhes que sempre tivemos confiança em vocês. Quando estávamos sozinhos no beco, quando estávamos incomunicáveis, quando não recebíamos notícias, quando os meus quatro irmãos não sabiam nada de suas famílias porque não se lhes podia dizer, sempre tivemos confiança em vocês, sempre soubemos que vocês não abandonariam os seus filhos, porque sempre soubemos que a Revolução nunca abandonava aqueles que a defendiam. Por isso é que merece ser defendida e por isso é que sempre o faremos.
E embora não tenha a certeza de que mereçamos todas as honras que nos foram feitas, sim posso dizer-lhe que dedicaremos o resto das nossas vidas a merecê-lo, porque vocês inspiram-nos, porque vocês são a bandeira que nos ensinou como comportar-nos e até o fim dos nossos dias tentaremos ser merecedores da confiança que vocês depositaram em nós.
Para mim agora isto é uma trincheira na qual continuarei no mesmo combate ao qual vocês me convocaram e vou até o fim, até que impere a justiça, a cumprir suas ordens, a fazer aquilo que seja preciso fazer.

E digo a Fidel e a Raúl: Comandantes, os dois, ordenem!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Novos Consumidores na mira

A matéria publicada no sitio de CartaCapital “Pequenos Consumidores” discuti sobre um tema já mencionado neste blog, a publicidade para crianças. Mais uma vez começo deixando clara minha opinião: sou contra. E pretendo, com mais esse texto, embasar mais o que acredito ser uma afronta contra aqueles que serão o futuro do país.


A mídia está cada vez mais presente, cada vez mais próxima dos “360 graus”. Tv, rádio, internet, jogos, tudo isso em constante crescimento, não só em tempo dedicado a cada um deles mais no uso simultâneo dos mesmos. Hoje se escuta rádio enquanto está no computador, ou assiste TV enquanto lê um gibi, por exemplo.
No Brasil, mesmo com o advento da internet, a televisão ainda é o grande meio que influencia no consumo. Segundo a matéria da CartaCapital, “A criança brasileira é uma das campeãs mundiais no tempo médio diário que assiste à tevê. De acordo com levantamento do Ibope feito com jovens de 4 a 11 anos, das classes A, B e C, ela passa quatro horas e 54 minutos diante da tela. Em áreas de maior vulnerabilidade social e econômica, o tempo médio chega a espantosas nove horas por dia. Um tempo de consumo que ultrapassa o período médio que passa no ambiente escolar: cerca de três horas e 15 minutos, segundo estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas em 2009”
O grande problema, que foi se “aperfeiçoando” com o passar do tempo, é que a televisão não exerce o papel exclusivo de entreter, mas também de educar. E educa errado. A TV incentiva o consumo irresponsável, sem qualquer reflexão. Segundo a mesma matéria “O mercado enxergou no abandono das crianças diante das telas uma grande chance de aumentar seus lucros e passou a criar uma série de programações e produtos feitos sob medida. Foi também nesse contexto que a publicidade dirigida às crianças entrou em cena com força total e passou a endereçar ao público infantil mensagens de apelo ao consumo de produtos voltados tanto a crianças quanto a adultos”
De acordo com pesquisa da InterSciense, as crianças influenciam até 80% das decisões de compras de uma família. As vitrines coloridas, músicas, produtos e embalagens, tudo contribui para chamar a atenção dos consumidores mirins. A questão é que, até os 12 anos de idade, as crianças “ainda não tem a capacidade crítica e de abstração de pensamento formada para compreensão total do discurso persuasivo dos apelos para o consumo”

Para terminar, alguns dados divulgados na matéria:

Dados como os mais recentes da pesquisa de Orçamento Familiar POF/IBGE de 2008/2009 nos chocam ao mostrar que 33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e 15% obesas por causa da ingestão descontrolada de alimentos ultraprocessados. Ou o de que o acesso rápido ao consumo, independência e prestígio são os principais motivadores de delitos entre os/as internos/as da Fundação Casa, indicou pesquisa sobre o perfil realizado em 2006. Em relação ao consumo precoce de álcool, estudo da Fapesp de 2009 mostrou que 62% dos adolescentes afirmaram ter sido expostos quase todos os dias, até mais de uma vez, a publicidades de bebidas alcoólicas. Não é coincidência que a idade na qual se inicia o consumo regular de bebidas alcoólicas no Brasil esteja entre 12 e 14 anos

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Para além do humor


Em 1969 surge o Pasquim, um semanário brasileiro que lutou contra a censura da ditadura militar. Entre os que colaboraram para o tablóide estão nomes como Ziraldo, Millôr, Paulo Francis, Chico Buarque e Henfil.
A proposta do Pasquim era criticar o governo, o que resultou, muitas vezes, na censura. E foi no Pasquim, em meio ao governo militar, que Henfil se destaca por suas tirinhas cheias de humor e criticas ao governo.
Alguns dos principais personagens do Henfil:

Graúna, Bode Orelana e Zeferino
Os três personagens são usados para representar a disparidade entre os extremos do país (Norte e Sul)
Zeferino - típico sertanejo, com um visual que lembrava um cangaceiro.
Bode Francisco Orelana - representava o intelectual acomodado, que “devorava” livros, mas nunca tinha atitude.
Graúna - seu personagem de maior sucesso. Uma ave miúda, ingênua e otimista, era em cima dela que estava a maior parte da crítica contundente da charge.

Os Fradins
São dois frades dominicanos. Um alto e outro magro, ingênuo e alienado. Os frades Cumprido e Baixim são dois opostos que se complementam.
Cumprido – temente, submisso e inocente. Simboliza a hipocrisia da sociedade. Sempre passivo frente às atrocidades da sociedade.
Baixim – não teme a nada nem ninguém, é sarcástico. É a realidade extremada, sem qualquer hipocrisia, mas sem boa vontade de mudar.

Ubaldo, o paranóico
Foi criado numa parceria entre Henfil e Tárik (critico musical), uma semana depois do assassinato de Wladimir Herzog.
O personagem personifica o medo de uma nova ditadura, já que nesse momento se fala de abertura política. Tinha o estereótipo do jovem engajado, cabelos longos e barba, que, enquanto comemorava a abertura política, sentia o medo da repressão.

Não é só humor...
Os traços dos personagens criados por Henfil são simples. Nada de muitos detalhes e cores, quanto muito um cenário para contextualizar, mas nem sempre. O que pode ser encarado como uma decisão política, já que nessa época fomos bombardeados com os quadrinhos importados de super-heróis. Era seu diferencial, sua marca.
Mesmo antigos, os quadrinhos de Henfil não somente apresentam sua importância na história da repressão, mas se põe atual.
O propósito desse texto é começar uma série de postagens das consagradas tirinhas do Henfil. Semanalmente serão postas. É uma tentativa não só de resgatar a importância histórica que os quadrinhos representam, mas também relembrar a resistência durante a ditadura brasileira.

Para começar...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

“Os da Casa Grande estão irritados”


Não leio Estadão, não leio a Folha, muito menos a Veja, nem nenhum outro veículo governado pela “casa grande” que ainda habita o Brasil. Essa elite frustrada me cansa. São papagaios do imperialismo, repetem tudo sem questionamento.
Mas hoje, com a saída aclamada de René Gonzáles, resolvi ver o que a mídia golpista andou falando. O que, no final das contas, soou como uma constatação.
Peguei o Estadão como exemplo, mas, se tiverem tempo e paciência para as asneiras, irão constatar que nos outros veículos ocorreu o mesmo. (lembrando: são papagaios do imperialismo)
A matéria completa está aqui 

Vou me prender a alguns pontos importantes que servem de comprovação da parcialidade e trazem os pensamentos da elite reacionária.

Logo no primeiro parágrafo lê-se: “Um espião cubano condenado de se infiltrar em uma organização de exilados cubanos na Flórida...” não falam o nome da organização e muito menos seu propósito. Embora todos saibam que o objetivo dessas organizações eram promover atos terroristas contra Cuba.
No penúltimo parágrafo o ponto máximo “Havana argumenta que González e seus companheiros agentes -- os outros quarto ainda cumprem sentença -- estavam trabalhando disfarçados na Flórida para acabar com ataques "terroristas" a Cuba por exilados cubanos linha-dura anticomunistas.” Por que “terroristas” aparecem entre aspas? Não me lembro de nenhuma notícia, depois dos atentados de 11 de setembro, em que aparece “terroristas” entre aspas...
São Terroristas sim! Ou colocar bombas em hotéis, bares e restaurantes não é ação típica de terrorista? Ou invadir espaço aéreo sem permissão ou promover seqüestro de aviões? Pois é, parece que “terroristas” são aqueles que atacam os ianques e seus aliados.
E a grande parte da mídia brasileira reproduz esse imperialismo sem nenhum pudor ou constrangimento...
Para finalizar, reproduzo a fala do jornalista argentino Martin Granovsky, que escreveu sobre os jornalistas brasileiros que questionavam, indignados, o diploma recebido por Lula na Sciences Po:

“Em meio a esta discussão, Lula chegará à França. Convém que saiba que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula, silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados.”

Esse é o retrato da elite brasileira, que ainda tem o controle da informação e tenta, às vezes com sucesso às vezes sem, impor seu pensamento para o povo brasileiro.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

René, um dos cinco heróis cubanos, será libertado

Via CubaDebate

Familiares e amigos do mundo inteiro esperam a libertação, prevista para amanhã, de um dos cinco antiterroristas cubanos presos nos Estados Unidos e exigem seu regresso à nação caribenha.
O pai e o irmão de René já estão em território norte-americano, enquanto suas duas filhas partirão logo para lá, segundo confirmou ontem sua mãe, Irma Sehwerert, que aguarda a emissão de visto para viajar ao encontro de seu primogênito.
René sairá da prisão mas será obrigado a permanecer nos Estados Unidos para cumprir três anos de liberdade condicional, segundo estabelecido por sua sentença há quase 10 anos.
A juíza Joan Lenard, do Distrito Sul da Flórida, recusou no dia 16 de setembro a moção apresentada pelo antiterrorista, na qual solicita viajar a Cuba e residir aqui em vez de cumprir uma condenação considerada por juristas como um castigo adicional.
Na opinião do advogado Richard Klugh, negar a René o direito de reunir-se com sua família após cumprir o encarceramento é uma “decisão sem precedentes” na história estadunidense.
Para Gloria la Riva, coordenadora do estadunidense Comitê Nacional para a Liberdade dos Cinco, como são conhecidos René, Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino, a partir do dia 7 de outubro conheceremos mais sobre o caso.
A ativista manifestou que a libertação do antiterrorista cubano multiplicará nos Estados Unidos as ações a favor desses lutadores, que foram detidos no dia 12 de setembro de 1998, quando monitoravam as ações de grupos anticubanos radicados na Flórida.
Em um julgamento na cidade de Miami há quase uma década, e apesar da declaração de inocência apoiada pelo depoimento em favor dos Cinco por parte de altos servidores públicos e oficiais norte-americanos, os cubanos foram condenados a sentenças que chegam até a ‘dupla prisão perpétua e mais 15 anos’.Diversas vozes no mundo todo têm alertado sobre o perigo que permanecer em solo estadunidense representa para René, devido à presença, neste território, de terroristas como Luis Posada Carrilles, responsável pela explosão de um avião cubano em 1976, na qual morreram 73 pessoas.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Raul e as Reformas cubanas


Semana passada o governo cubano deu mais um passo nas Reformas do Presidente Raul Castro. Uma das mais esperadas e comemoradas das medidas. O governo publicou um decreto que autoriza a compra e venda de carros em Cuba, após mais de 50 anos proibida.
Uma séria de normas foram estipuladas para esse novo negócio que começará em Cuba, como, por exemplo, que a venda só será permitida para cubanos que ganham em moedas ou pesos conversíveis.
Até esse decreto, os cubanos só podiam comprar e vender os modelos de antes da Revolução, em 1959.
Além dessa medida, o governo também criou o mercado imobiliário legal, que escrevi nesse mesmo Blog, Aqui. 
As medidas, como já destaquei, não simbolizam um retrocesso ao sistema capitalista neoliberal, mas um fortalecimento e aprimoramento do sistema socialista, vigente na Ilha desde 1959, com a queda do ditador Batista.

Uma luz nas trevas do capitalismo.

Não imaginava publicar algum dia nesse blog, um documento claramente anticapitalista vindo dos nossos primos do norte. O movimento "Occupy Wall Street", que se coloca contra as doutrinas neoliberais, vem ganhando força e espaço na grande mídia golpista, que até então tentava ocultá-lo.

Abaixo o comunicado traduzido.

Primeiro Comunicado Oficial do Occupy Wall Street

Este comunicado foi votado unanimemente pelos membros do Ocupar Wall Street, por volta das 20:00 do dia 29 de setembro. É nosso primeiro documento oficial. Temos outros três em preparação, que provavelmente serão lançados nos próximos dias: 1) uma declaração de demandas do movimento; 2) princípios de solidariedade; 3) documentação sobre como formar o seu próprio Grupo de Ocupação de Democracia Direta.
Este é um documento vivo. Você pode receber uma cópia oficial da última versão pelo e-mail c2anycga@gmail.com.
Ao nos reunirmos em solidariedade para expressar um sentimento de injustiça massiva, não devemos perder de vista aquilo que nos reuniu. Escrevemos para que todas as pessoas que se sentem atingidas pelas forças corporativas do mundo saibam que somos suas aliadas.
Unidos como povo, reconhecemos a realidade: que o futuro da raça humana exige a cooperação de seus membros; que nosso sistema deve proteger nossos direitos e que, ante a corrupção desse sistema, resta aos indivíduos a proteção de seus próprios direitos e daquElas de seus vizinhos; que um governo democrático deriva seu justo poder do povo, mas as corporações não pedem permissão para extrair riqueza do povo e da Terra; e que nenhuma democracia real é atingível quando o processo é determinado pelo poder econômico. Nós nos aproximamos de vocês num momento em que as corporações, que colocam o lucro antes das pessoas, o interesse próprio antes da justiça, e a opressão antes da igualdade, controlam nosso governo. Nós nos reunimos aqui, pacificamente, em asssembleia, como é de direito nosso, para tornar esses fatos públicos.

Elas tomaram nossas casas através de um processo de liquidação ilegal, apesar de que não eram donos da hipoteca original.
Elas receberam impunemente socorro financeiro tirado dos contribuintes, e continuam dando bônus exorbitantes a seus executivos.
Elas perpetuaram a desigualdade e a discriminação no local de trabalho, baseados em idade, cor da pele, sexo, identidade de gênero e orientação sexual.
Elas envenenaram a oferta de comida pela negligência e destruíram a agricultura familiar através do monopólio.
Elas lucraram com a tortura, o confinamento e o tratamento cruel de incontáveis animais não-humanos, e deliberadamente escondem essas práticas.
Elas continuamente arrancaram dos empregados o direito de negociar melhores salários e condições de trabalho mais seguras.
Elas mantiveram os estudantes reféns com dezenas de milhares de dólares em dívidas pela educação, que é, em si mesma, um direito humano.
Elas consistentemente terceirizaram o trabalho e usaram essa terceirização como alavanca para cortar salários e assistência médica dos trabalhadores.
Elas influenciaram os tribunais para que tivessem os mesmos direitos que os seres humanos, sem qualquer das culpabilidades ou responsabilidades.
Elas gastaram milhões de dólares com equipes de advogados para encontrar formas de escapar de seus contratos de seguros de saúde.
Elas venderam nossa privacidade como se fosse mercadoria.
Elas usaram o exército e a polícia para impedir a liberdade de imprensa.
Elas deliberadamente se recusaram a recolher produtos danificados que ameaçavam as vidas das pessoas, tudo em nome do lucro.
Elas determinaram a política econômica, apesar dos fracassos catastróficos que essas políticas produziram e continuam a produzir.
Elas doaram enormes quantidades de dinheiro a políticos cuja obrigação era regulá-las.
Elas continuam a bloquear formas alternativas de energia para nos manter dependentes do petróleo.
Elas continuam a bloquear formas genéricas de remédios que poderiam salvar vidas das pessoas para proteger investimentos que já deram lucros substanciais.
Elas deliberadamente esconderam vazamentos de petróleo, acidentes, arquivos falsificados e ingredientes inativos, tudo na busca do lucro.
Elas deliberadamente mantiveram as pessoas malinformadas e medrosas através de seu controle da mídia.
Elas aceitaram contratos privados para assassinar prisioneiros mesmo quando confrontadas com dúvidas sérias acerca de sua culpa.
Elas perpetuaram o colonialismo dentro e fora do país.
Elas participaram da tortura e do assassinato de civis inocentes em outros países.
Elas continuam a criar armas de destruição em massa para receber contratos do governo.

Para os povos do mundo,

Nós, a Assembleia Geral de Nova York que ocupa Wall Street na Praça Liberdade, os convocamos a que façam valer o seu poder.
Exercitem o seu direito a assembleias pacíficas; ocupem os espaços públicos; criem um processo que lide com os problemas que enfrentamos; e gerem soluções acessíveis a todos.
A todas as comunidades que formem grupos e ajam no espírito da democracia direta, nós oferecemos apoio, documentação e todos os recursos que temos.
Juntem-se a nós e façam com que suas vozes sejam ouvidas.
Estas demandas não são exaustivas.

Para ver algumas fotos da manifestação, aqui

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Aprovação de Dilma chega a 71%

Tirado do sitio de CartaCapital

Dados divulgados nesta sexta-feira 30 na Pesquisa CNI/Ibope mostram que aumentou de 48% para 51% o percentual de entrevistados que consideram o governo da presidenta Dilma Roussseff ótimo ou bom. Além disso, a aprovação do governo aumentou quatro pontos percentuais, passando de 67% para 71%, de julho para Setembro.
O percentual de eleitores que confiam no governo subiu de 65% para 68%. O Sul foi a região onde o governo foi mais bem avaliado (57%), no critério ótimo ou bom.
Três área de atuação do governo tiveram avaliação positiva: combate à fome e à pobreza, ações contra contra o desemprego e atividades em meio ambiente. Por outro lado, os impostos foram desaprovados por 66% dos entrevistados e a saúde, por 67%.
O percentual de eleitores que consideram o governo Dilma melhor que o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 11% para 15%. No entanto, 26% consideram o de Dilma pior.

A entrevista ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 16 e 20 de setembro.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

E mais uma vez, o Cara.

Nessa terça-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Siva recebe mais um prêmio.

Dessa vez será o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris, a Sciences Pó. Lula é o primeiro Latino-Americano a ganhar o prêmio e o segundo chefe de Estado. Ele á a 16ª pessoa que recebe esse título desde a fundação da Instituição, em 1871.
Segundo o presidente da Instituição, Lula “mudou a imagem do Brasil”.
Fora esse prêmio Lula já ganhou mais de 60, dentre os quais outros seis títulos de doutor honoris causa – em instituições de Minas Gerais, Pernambuco (de três universidades), Bahia e Portugal (Coimbra).

Tirando alguns brasileiros (poucos), o mundo reconhece a importância de Lula nos avanços que o Brasil teve.

Quem diria...


Por uma ironia do destino – só para aqueles que ainda acreditam no “sonho americano” – centenas de usuários do correio eletrônico Yahoo sofreram censura nos EUA.
Todos os e-mails que continham a palavra “protesto” foram bloqueados pela empresa.
O símbolo supremo da democracia mundial, que se acha no direito de se intrometer, quase sempre (ou sempre), sem consentimento, em assuntos de outros países, como Cuba ou regiões como o Oriente Médio, provou mais uma vez que liberdade só é bom quando em benefício deles.
Sempre que possível os EUA criticam os governos dito por eles repressores,  sempre destacando a falta de liberdade e o controle do Estado através da censura. Prezam pela democracia e liberdade de expressão, mas isso, é claro, enquanto não afeta seus interesses.
O exemplo mais recente disso foi o informe  “Sua mensagem não foi enviada. Sua conta de usuário está associada com uma atividade suspeita” que o Yahoo mandava para aqueles que enviavam e-mails convocando para as  atividades do “Occupy Wall Street”, protesto contra o sistema financeiro norte-americano que propunha mudanças radicais no sistema.
É claro que o Yahho disse não saber do bloqueio, e que nada foi intencional, a final de contas, nunca, os Estados Unidos da América, seriam capazes de interferir na liberdade de seu povo. Mas que fique claro, as bases militares espalhadas pelo mundo pode. A ocupação no Iraque também. E não podemos esquecer do bloqueio imposto a Cuba, que censura não só o país como também aqueles que querem comercializar com ele, e claro, as ditaduras na América Latina, que foram financiadas pelos primos do norte. E tem também os cinco presos cubanos nos EUA e a prisão de Guantánamo. Mas isso não conta. O que importa é que eles são “justos e democráticos”.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Matéria mentirosa da IstoÉ sobre o MST

Abaixo parte da matéria extraída do sitio do MST sobre mais um crime cometido pela mídia conservadora.

A revista IstoÉ publica na capa da edição desta semana um boné do MST bem velho e surrado, sob terras forradas de pedregulhos.
Decreta na capa “O fim do MST”, que teria perdido a base de trabalhadores rurais e apoio da sociedade.
Premissa errada, abordagem errada e conclusões erradas.

A mentira

A IstoÉ informa a seus leitores que há 3.579 famílias acampadas no Brasil, das quais somente 1.204 seriam do MST.
A revista mente ou equivoca-se fragorosamente. E a partir disso dá uma capa de revista.
Segundo a revista, o número de acampamentos do MST caiu nos últimos 10 anos. E teria chegado a apenas 1.204 famílias acampadas, em nove acampamentos em todo o país.
Temos atualmente mais de 60 mil famílias acampadas em 24 estados.Levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aponta que há 156 mil famílias acampadas no país, somando todos os movimentos que lutam pela democratização da terra.

Reação do latifúndio

A matéria é uma reação à nossa jornada de lutas de agosto.
Foram mobilizados mais de 50 mil trabalhadores rurais, em 20 estados.
Um acampamento em Brasília, com 4 mil trabalhadores rurais, fez mobilizações durante uma semana e ocupou o Ministério da Fazenda para cobrar medidas para avançar a Reforma Agrária.
A jornada foi vitoriosa e demonstrou a representatividade social e a solidez das nossas reivindicações na luta pela Reforma Agrária.
O governo dobrou o orçamento para a desapropriação de terras para assentar 20 mil famílias até o final do ano, liberou o orçamento para cursos para trabalhadores Sem Terra, anunciou a criação de um programa de alfabetização e a criação de um programa de agroindústrias.
Interesses foram contrariados e se articularam para atacar o nosso Movimento e a Reforma Agrária. Para isso, usam a imprensa venal para alcançar seus objetivos.
Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos.
A luta vai continuar até a realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola, baseado em pequenas e médias propriedades, no desenvolvimento do meio rural, na produção de alimentos para o povo brasileiro sem agrotóxicos por meio da agroecologia.

Para ler a matéria completa clique aqui.

Pela regulamentação da mídia e a favor das causas sociais. Reforma Agrária já!