quinta-feira, 29 de julho de 2010

“Lutar pela politização da vida é lutar por outra comunicação.”

Li essa semana um excelente texto que saiu no site da revista “Caros Amigos”. No texto o professor João Sicsú comenta sobre a despolitização do debate eleitoral e do papel da mídia nesse processo.
Dentre alguns exemplos ele cita o termo “pós-Lula”. Quando pensamos no período PÓS Lula esquecemos de avaliar o governo PRÉ Lula, e consequentemente se esquece de comparar o governo de FHC, onde Serra era ministro, com o governo Lula, onde Dilma foi ministra. Ou seja, o termo pós-Lula limita a escolha de um melhor gerente para administrar o país. E essa nivelação por baixo se dá pois o marketing tucano sabe que a comparação favorece Lula e sua candidata.
Esse é só um termo usado pela mídia, que já muda todo um processo de interpretação. Na matéria em questão mais termos são abordados, só citei esse como exemplo pois achei interessante a responsabilidade atribuída a palavra “pós e pré” podendo condicionar um pensamento.
Agora, é repugnante ouvir a mídia dar notícias falando sobre a desilusão dos jovens com a política como se ela não tivesse papel fundamental nessa história. Alguém espera uma conscientização política depois de seis horas de novela por dia, carregadas de individualismo e violência?
Os próprios currículos das faculdades estão se tornando cada vez mais técnicos e menos reflexivos, graças a pressão das empresas de comunicação.

“Lutar pela politização da vida é lutar por uma outra comunicação.”


A matéria completa:
http://carosamigos.terra.com.br/index_site.php?pag=materia&id=233

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A realidade adverte: autoritarismo demais prejudica a população.

Eu defendo algumas posturas mais radicais dentro da sociedade e da política. Acho que os radicais servem como contrapeso em atitudes conservadoras que visam exclusivamente o bem estar da minoria. Mas acho que essa postura deve ser cuidadosa.
Acho que caminhamos graças a dialética estabelecida entre forças opostas, que constroem uma realidade balanceada entre radicais e conservadores.
Porém, algumas atitudes na Venezuela me preocuparam. O radicalismo exacerbado do Presidente Hugo Cháves muitas vezes passa por cima da vontade da população. Comum em regimes ditatoriais.
Ontem, o presidente ameaçou acabar com o fornecimento de petróleo venezuelano para os EUA caso a Colômbia ataque a Venezuela. Isso se deu graças a tensão entre os dois países (Colômbia e Venezuela) depois das acusações de que Caracas abriga guerrilheiros da Farc.
O estopim, pra mim, da ameaça foi a fala do presidente: "Se houver qualquer agressão armada contra a Venezuela, vinda do território colombiano ou de qualquer outro lugar, causado pelo império ianque, suspenderemos os carregamentos de petróleo aos EUA, mesmo que tenhamos de comer pedra aqui”.
Quando ele diz: “mesmo que tenhamos de comer pedra aqui” é ELE quem está falando, por acaso ele sabe se é essa a vontade da população?
Sei que governar é fazer escolhas, e muito além disso, é representar a população, a vontade do povo, porém, essas escolhas radicais não devem ser tomadas sem um consentimento comum. Ele pode estar condenando a Venezuela, e consequentemente o povo Venezuelano, a uma crise. Afinal de contas, 65% do petróleo Venezuelano vão para os EUA.
Alguns analistas dizem que toda essa disputa com a Colômbia é só para desviar a atenção da população para os problemas que o país vem enfrentando a dois meses das eleições legislativas, consideradas cruciais para seu projeto bolivariano.
Mas tenho que admitir, embora não concorde com alguns meios utilizados por Cháves, que seu projeto é de extrema importância para o fortalecimento da América Latina. Os latinos americanos devem se unir e aplicar políticas que fortaleçam esse movimento. Como acontece no atual governo brasileiro.
A aproximação dos países Latinos, o fortalecimento de suas economias, um maior investimento em infra-estrutura e implantação de programas sociais que visam uma melhor condição para o povo são alguns dos exemplos de política que devem ser mantidas ou implantadas para que aconteça esse fortalecimento.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Nossa vida.

Algumas coisas nos mostram o quão inútil são alguns de nossos pensamentos. Reclamamos de qualquer coisa, nos maldizemos, perdemos precisos minutos nos preocupando com a vida dos outros e falando mal da nossa.
Num desses dias, na volta de São Paulo para Mauá (quase uma viagem), por volta das 23:00 horas uma cena me fez pensar na beleza que temos e muitas vezes não usamos.
Um homem entrou no trem e entregou um cartão com alguns dizeres, algo que falava de Deus, e enquanto entregava pedia uma ajuda para os passageiros. Por sua voz se percebia que o rapaz, de aproximadamente 30 anos, tinha algumas dificuldades.
No meio de seu trajeto entregando seus cartões, justo quando estava do meu lado, uma menina de uns 5 ou 6 anos foi devolver o cartão, o rapaz parou e olhou durante alguns segundos aquela menininha e com toda sua dificuldade na fala disse para ela ficar com o cartão. A menina sorriu e voltou para perto da sua mãe, toda feliz com seu presente.
O jovem presenteou a menina com o único meio que tinha de ganhar seu dinheiro, era vendendo aqueles cartões que ele conseguia suas moedas, e nem por isso deixou de dar para a criança.
E muitas vezes somos incapazes de sorrir para alguém, que não custa nada.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Futebol; paixão nacional, herói e vilão.

Todo espírito nacionalista se desmancha quando o juiz apita o fim de jogo. O Brasil está fora, e junto com ele leva a paixão dos Brasileiros. E temos tantos outros eventos que precisariam desse nacionalismo...
Não sei por que esse espírito se perdeu, talvez seja mais um fruto do capitalismo selvagem que nos rodeia e nos torna cada vez mais individualistas. Esquecemos das causas maiores que nos unem, exceto o futebol, é claro.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Veja mais uma vez.


Sei que será redundante, que já falei isso diversas vezes, mas a cada capa da Veja, mais minhas convicções aumentam. Não é possível. Quando penso que atingiram o auge, o ponto extremo da imparcialidade camuflada, eles se superam.
A última capa da Veja “ O monstro do radicalismo, a fera petista que Lula domou agora desafia a candidata Dilma” foi a prova maior do nível de uma das revistas de maior circulação no Brasil. Foi dada a largada para a Campanha eleitoral. E depois disso, já sabemos o nível da campanha...
Primeiro: não vejo problema algum em uma revista assumir um lado e se dizer mais favorável ao candidato A ou B, como foi o caso da Carta Capital, comentado aqui. A diferença é, A Carta Capital assumiu sua posição e deixou claro “nós apoiamos o candidato tal” e nem por isso condenam o adversário a qualquer custo, e nem deixam de falar dos erros que o candidato que estão apoiando comete.
Segundo: Quando a revista não assume um lado, automaticamente ela deve buscar sempre a imparcialidade, que significa não julgar ninguém de acordo com sua ótica, mas sim contar os fatos como são. Só que a Veja, com toda sua experiência, não sabe disso. Ela usa de seu tamanho e abrangência nacional para impor sua opinião como verdade absoluta, e não se preocupa em fazer isso com os dois lados, ou reconhecer quando alguma coisa dá certo. È uma perseguição clara e de baixo nível.
Quando a Carta Capital declarou seu apoio a Dilma ela não se preocupou em colocar um tucano assassino na capa comendo professores do lado de diversos pedágios roubando nosso dinheiro, seguidos de um titulo assustador que farão você ter medo de qualquer tucano que ver a partir daquele momento. Ela simplesmente colocou a foto de Dilma com a frase “A mão de Lula, O plebiscito vai se confirmando e o presidente transfere votos acima do que muitos imaginavam. Leia: Por que apoiamos Dilma.”
Acharam nessa frase a “terrível ameaça tucana que está por vir”? Ou alguma acusação do Serra, “o perseguidor de professores”? É essa a diferença.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Democracia.

Há algumas semanas a revista Veja perguntou ao candidato à presidência da republica José Serra, se era “positivo” para “a democracia brasileira” experimentar “uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula”.
Primeiro, não faz sentido uma pergunta dessa ser feita para um candidato interessado nessa alternância. Alguém imaginou que o Serra diria que era melhor para o Brasil a continuidade do governo, ou alguma outra resposta a não ser o “sim, eu acho importante a alternância de poder”?
Vindo de quem veio, a pergunta, nada tendenciosa, era previsível.
A quem acredite que a alternância de poder é importante, pois ressalta outros pontos de vista, a discussão de novas agendas e novas idéias. O que pode ser verdade, mas isso não deve ser encarado como uma condição à democracia.
A democracia não está e nunca esteve atrelada a ideia de alternância de poder, pouco importa para a democracia a escolha a ser feita. Pouco importa querer mudar ou continuar. O que torna uma sociedade democrática é a existência de instituições que assegurem a liberdade real de escolha de cada cidadão.
Se a maioria escolher Dilma, é bom que os defensores da alternância se acostumem, pois isso é democracia, é a vontade da maioria. Até porque, se não fosse assim, era só estipular um período e trocar os governos. De volta ao “café com leite”.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Carta Capital.

É comum, e já foi comentado nesse blog, meios de comunicação darem sua opinião de forma “escondida”, nunca assumem de que lado estão, pelo contrário, dizem que não têm partido ou posicionamento, o que sabemos que não é bem assim.
Porém, nessa semana, a revista Carta Capital decidiu quebrar com esse padrão e assumir um lado, a revista declarou seu apoio a candidata Dilma. Na minha opinião uma atitude digna de aplausos, pois vai contra a manipulação feita por outras instituições, que não declaram seus ideais, mas tentam impor para seus espectadores de forma camuflada.
A Carta Capital não deixou de apontar os erros do governo Lula e nem deixará de apontar os de Dilma, caso eleita, mas avalia a candidata como a melhor e sabe que é a única que dará continuidade ao governo Lula, que segundo a revista é avaliado de forma positiva.

A matéria em questão pode ser lida em: http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=7214

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O voto por impulso.

Nossa legislação é bem clara quando estabelece regras referentes à campanha eleitoral, como a regra que diz que nenhum partido pode ter candidato antes das convenções (que só são autorizadas após 10 de junho) e ninguém é livre para dizer que é, qualquer atitude contrária a isso será punida.
Porém, essas regras não são respeitadas de fato. E isso é bom. Pense que se não fosse assim você teria apenas 90 dias para decidir quem iria governar seu país durante 4 anos. Ou seja, antecipar a propaganda é dar mais tempo para o eleitor avaliar os candidatos e decidir em quem votará.
Esse período “ilegal” das campanhas acaba dia 5 de julho, que é quando alguns meios de comunicação são liberados: carros de som, alto-falantes na porta de comitês, comícios, outdoors. Agora sim, dia 17 de agosto está tudo liberado, o rádio e a televisão ficam a disposição dos candidatos. Só que agora, os candidatos só terão um mês e meio para apresentar suas propostas, Dilma e Serra terão 17 oportunidades de se apresentar em 7 a 10 minutos de programa eleitoral.
Os programas eleitorais deixam de ser meios de difusão de uma ideologia partidária e passam a ser publicidade, o que acontece é a venda de um produto. Não existe tempo para uma discussão ideológica, sobre o programa de governo, algo mais explicado e detalhado. O único tempo dado é preenchido com propostas e promessas, não existe uma real apresentação da doutrina partidária, como deveria ser.
É quase que impossível um voto consciente dentro desse modelo de campanha. O voto obrigatório e o pouco tempo de campanha forçam a população a votar por impulso, sem uma análise própria, força o cidadão a seguir o voto do amigo ou parente, e no final a “votar porque tem que votar”, não é por acaso que o voto está desvalorizado, esse direito que tanto demorou a ser conquistado se tornou um programa chato de domingo.


Baseado no texto “Os três tempos da campanha “ de Marcos Coimbra, publicado na revista “Carta Capital”