segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O direito de se comunicar

É direito conquistado a liberdade de expressão. Maravilha, todos podemos nos expressar, mas quem irá ouvir?
Em 1969, o francês Jean D’Arcy questionou sobre o artigo 19 da Declaração dos Direitos Humanos , que fala sobre a liberdade de expressão. Segundo ele o homem tem como direito mais importante, acima da expressão, citada no artigo, o direito de comunicar.
O que ele quis dizer é que não basta você ter o direito de se expressar se você não tem visibilidade, se ninguém te escuta. As pessoas acabam ficando reféns das grandes corporações e das mídias tradicionais, é fácil entender, por exemplo: eu posso subir numa cadeira no meio de uma praça e começar a dizer o que acho em relação a política,  mas quem irá me ouvir, qual a abrangência da minha opinião? Diferente de jornalistas que expressam suas opiniões sobre o mesmo tema. Ou seja, a liberdade de expressão nós temos, tanto eu quanto o jornalista, mas isso não é suficiente para que as pessoas me escutem, ou para que não exista a manipulação da imprensa, para isso devemos lutar pela liberdade de comunicação, o “direito de antena”.
Segundo a CRIS  (Direito de comunicação na Sociedade da Informação - Communication Rights in the Information Society) o direito a comunicação está sustentado em quatro pilares: a liberdade de expressão na esfera pública, o uso do conhecimento e do domínio público, o pleno exercício das liberdades civis (privacidade e associação) e o acesso equitativo às tecnologias de informação e comunicação.
Os três primeiros pontos são bem administrados, porém o “acesso equitativo às tecnologias de informação e comunicação” é o principal ponto pautado no direito de antena. Nós não temos esse acesso igualitário às tecnologias de informação e comunicação. Isso fica no controle da grande mídia, dos grandes meios de comunicação.
Mas será que a mídia consegue passar todas as informações e acontecimentos? Será que tudo que ela transmite é imparcial? Pois é, as mídias tradicionais passam pelo “gatekepper” que escolhe quais noticias, que segundo ele, são mais relevantes para serem anunciadas. Esse processo limita as pessoas a ouvirem um só lado da moeda, a ouvirem sempre a mesma notícia, ou os jornais da Globo, SBT e Band, por exemplo, têm conteúdos muito diferentes? Com a liberdade de antena se busca uma democracia maior na divulgação das notícias.
Hoje podemos entender a internet como um princípio para esse direito, mas temos que levar em consideração a abrangência da nossa opinião nesse meio, voltamos ao discurso na praça, que é feito, pois temos a liberdade de expressão, mas não terá tanta relevância quanto uma notícia no jornal Nacional, por exemplo.
O direito a antena deve ser estendido a outras instituições civis, com o objetivo de democratizar a mídia, não só a partidos políticos (ultimamente o direito de antena é reservado apenas para os mesmos). Grupos e organizações deveriam ter direito de usarem as mídias tradicionais (Tv, rádio...) como meio de se expressarem, só assim traremos um debate mais rico em opiniões e pontos de vista.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A justiça, ou não, do passe livre


“Uma das principais bandeiras do movimento é a migração do sistema de transporte privado para um sistema público, garantindo o acesso universal através do passe livre para todas as camadas da população.” MPL (Movimento Passe Livre)

A questão do aumento abusivo das passagens de ônibus, trens e metrôs em todo o país trouxe algumas outras discussões, algumas delas muito complexas.
Dentre as questões levantadas pelo movimento, o direito ao passe livre, na minha opinião, é a mais delicada.
Como o próprio movimento afirma, eles querem garantir o “acesso universal através do passe livre para todas as camadas da população”, mas se pensarmos em questão de igualdade, é justo que aquele que pode pagar passagem deixe de pagar, igual aquele que não pode realmente?
Um conceito interessante sobre igualdade é dado por Raul Castro em um de seus discursos. Ele diz que igualdade não deve ser confundida com igualitarismo. Com o igualitarismo não existe incentivo, merecimento, reconhecimento, é igual para todos e pronto, não leva em consideração os méritos e situações de cada um. Igualdade é justiça, é levar em consideração todas essas ações acima citadas, é ser honesto com a necessidade de cada um.
Pensando nessa linha de igualdade, é justo com aquele que realmente não pode pagar uma passagem, que o outro que pode também não pague?    
Essa medida não reduz as diferenças sociais, pelo contrário, só aumenta. O rico passará a ter as mesmas vantagens que o pobre, que precisa muito mais. Isso não é justiça nem igualdade.
Talvez o movimento não devesse ser tão generalista, talvez o direito ao passe livre tivesse um público mais seleto e que realmente precisasse, como: desempregados, aposentados e trabalhadores que ganham até certa renda, ai sim estamos pensando em justiça e igualdade de direitos.
A briga para o não aumento das passagens é justa, essa deve continuar. Nesse caso sim, o governo poderia entrar com subsídios para evitar os aumentos, mas lutar para o não pagamento das passagens... Acredito não ser esse o caminho.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Resistência Latino Americana.


Há poucos dias, terminei de ler o livro “de Martí a Fidel – A revolução Cubana e a América Latina” que conta, brilhantemente, a história da revolução cubana e seus reflexos em toda a América Latina. São mais de 800 páginas de histórias de luta pela soberania Latina e contra o imperialismo. É um “manual da resistência” de um país pequeno e pobre que lutou (e ainda luta) contra o país mais poderoso do mundo, que luta contra os ataques diretos e indiretos do imperialismo, que sofre o embargo por mais de 50 anos. É a prova viva da soberania nacional, do patriotismo. O livro conta o quanto Cuba influenciou e influencia em toda a América Latina, quais são as expectativas, os problemas e as possíveis soluções para esse país.
Para ilustrar, ou melhor, resumir o livro, decidi colocar trechos da carta que Fidel Castro escreveu ao então presidente dos EUA George W. Bush, em maio de 2004 e leu a mais de 1.200.000 patriotas cubanos. A carta foi traduzida, mas respeita a original: 

Mr. George W. Bush:

Milhões de cubanos que estão reunidos aqui hoje para marchar frente à sua Repartição de Interesses é apenas uma pequena parte de um povo valente e heróico que estaria aqui conosco, se fosse fisicamente possível.
Sabemos de antemão que você acredita ou quer acreditar  que esses que estão marchando aqui, em sua opinião, são oprimidos que anseiam pela liberdade. Ignora completamente o povo orgulhoso, decente, que tem resistido a 45 anos de bloqueio, hostilidade e agressões da nação mais poderosa da Terra.
(...)
Tudo o que se escreve sobre direitos humanos em seu mundo, e seus aliados que compartilham na pilhagem do planeta, é uma mentira colossal. Bilhões de pessoas vivem com fome, sem comida, remédios, roupas, sapatos, casas, em condições desumanas, sem o menor conhecimento ou informação suficiente para compreender sua tragédia e o mundo em que vivem.
(...)
Você acusa de tirania o sistema econômico e político que levou o povo cubano aos mais altos níveis de conhecimento, alfabetização e cultura entre os países mais desenvolvidos do mundo, que tem reduzido a mortalidade infantil a um índice menor do que os EUA , e cuja à população é prestado serviços de saúde gratuitos, educação e outros de extrema importância social e humana.
(...)
Está a atacar Cuba por razões políticas mesquinhas, para buscar apoio eleitoral de um grupo cada vez menor de renegados e mercenários que não têm princípios éticos. Você não tem direito moral para falar de terrorismo, porque você está rodeado por um bando de assassinos que, por tais atos têm causado a morte de milhares de cubanos. Você não esconde o seu desprezo pela vida humana, porque  não hesitou em ordenar a execução extrajudicial de  pessoas no mundo. Você não tem direito nenhum, exceto a força bruta,  para intervir nos assuntos de Cuba e proclamar a vontade da transição de um sistema para outro, e tomar medidas para cumpri-la.
Não é minha intenção ofendê-lo com estas linhas, eu disse. (...)
Uma vez que você decidiu que a sorte está lançada, tenho o prazer de dizer adeus, como os gladiadores romanos que iam lutar na arena: Ave Cesar, os que vão morrer te saúdam.
Só lamento que eu não poderei sequer ver seu rosto, pois você estará a milhares de quilômetros de distância, e eu estarei na linha de frente, para  morrer lutando em defesa do meu país.

Em nome do povo de Cuba,

Fidel Castro



E é esse o sentimento que o livro transmite. A revolta contra uma nação que se julga superior e impõe seu modo de pensar através desse imperialismo porco e desumano. A América Latina luta, nos mais diversos campos, por essa emancipação definitiva. Já temos o grande exemplo de Cuba, que vivia uma ditadura financiada pelos EUA através do ditador Batista, com índices de desenvolvimento humano péssimos, há poucos quilômetros da Flórida e desafiou o país mais poderoso do mundo e resiste, heroicamente, até hoje.
Agora é a nossa vez, por uma América Latina Livre! 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E mais um bloqueio chegando...


O republicano Connie Mack da Flórida, sugeriu o bloqueio total à Venezuela em oposição ao presidente Hugo Chávez.
Mais uma vez os EUA dão um péssimo exemplo de democracia e reafirmam sua petulância como nação imperialista.A matéria esta no Portal Vermelho.
Contra esse imperialismo imoral e decadente!

Rumo à democracia!



Após 30 anos no poder o ditador Hosni Mubarak renunciou ao cargo no dia 12 de fevereiro. Foram 18 dias de manifestações populares até a queda do ditador.
Um novo mundo árabe está surgindo!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mais aumentos, e melhorias... nada


O transporte PÚBLICO é um direito de todos, e tem o dever de prestar esse serviço da melhor maneira possível, e de modo justo. Em teoria poderíamos falar que o fato de cobrar tarifas por esse serviço vai contra o direito de ir e vir de cada cidadão, a tarifa limita, exclui, seleciona quem tem ou não esse direito, mas acho improvável, e por hora um tanto extremista, não cobrar pelo transporte público.
Mas a discussão em questão são os aumentos excessivos das tarifas. A princípio o ônibus passou a custar 3 reais, agora o metrô e o trem que passaram de R$ 2,65 para R$ 2,90, um aumento de 9,43%!
Fora o aumento estar acima da inflação, o transporte continua precário, são poucos ônibus, trens e metrôs. A quantidade não atende a população. Essas melhorias já são exigidas há tempos, mas a resposta que por enquanto estão nos dando é o aumento das tarifas.
Um novo protesto vai acontecer hoje em frente ao teatro municipal, o povo está fazendo sua parte, embora com uma participação singela (4.000 no último protesto) perto do número de pessoas que utilizam do transporte público, mas já é um começo. Agora, não podemos esquecer da força da oposição dentro da câmara, o povo deve se unir, mas tem que exigir da oposição uma parceria. As mudanças só acontecerão se houver uma movimentação grande, dentro do meio popular e político . Acredito que tanto um como o outro estão fazendo seu papel, embora esperava mais da oposição.
Não podemos desistir, devemos lutar por nossos direitos, cobrar aqueles que elegemos.
Cada geração tem a sua luta!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A luta contra o imperialismo e a relação com as ditaduras.


Após um tempo de relativa calma, sem grandes manifestações, nessa última terça (8) a retomada foi geral. Mais de 300 mil pessoas foram às ruas do Egito pedir, mais uma vez, a saída do ditador Hosni Mubarak da presidência do país.

Assim como aconteceu nas ditaduras da América Latina, em países como Brasil, Cuba e Argentina, os Estados Unidos apóiam a ditadura no Egito, não só com interesses no país, mas em todo o oriente Médio.
No auge das manifestações o Presidente Obama falou em “transição rápida” para a  democracia, mas não retirou o apoio ao presidente. Depois de esfriar um pouco os protestos, os EUA declararam necessária a permanência do ditador na transição do poder. Claro que sempre visando o melhor para eles (EUA) e nunca para o povo.
O presidente Mubarak insiste na sua permanência e anunciou nesta terça que está preparando uma reforma na constituição, mas os manifestantes já disseram que estarão nas ruas no dia 11 para exigir a saída do ditador e honrar os 297 mortos nas manifestações.
Mais uma vez os EUA estão patrocinando uma ditadura por puros interesses econômicos e políticos. É revoltante ver a tamanha hipocrisia dessa nação que levanta a bandeira dos direitos sociais e democráticos e se beneficia das ditaduras de outros países para suprir necessidades internas. O imperialismo ainda é forte, ainda resiste, mas não tão forte como antes. A autonomia de alguns países e a expansão de governos mais nacionalistas em países latinos está contribuindo pra isso. Principalmente depois da crise, onde mostramos independência desse imperialismo norte-americano e passamos a mostrar nossa força.
Já passamos por ditadura e, graças a união do povo, saímos vitoriosos. Ganhamos, a cada dia, mais autonomia, por isso sabemos da importância dessas manifestações contra o atual governo e  o  Imperialismo, que insiste em  ir na contra mão da democracia e das lutas sociais.
Vamos à luta!

Novo Portal "Só Esquerda".


Com o surgimento da ideia no 1º Fórum de Mídia Livre, em 2008, foi só em janeiro desse ano que o portal “Só Esquerda” se lançou.
O portal reúne diversos sites com notícias que dificilmente se encontrará nos grandes jornais e noticiários. É uma alternativa pra quem está disposto a conhecer o outro lado da moeda, novas alternativas, e está cansado das mesmas noticias e opiniões dos “grandes” da comunicação.
A página é dividida por categorias  (Blogs, Movimentos, Jornalismo, Mídia Livre, etc) e em cada seção tem as atualizações de cada página.
Pra quem se interessar é só clicar.