terça-feira, 29 de junho de 2010

Amigos, amigos; política a parte

Durante muito tempo, principalmente durante as crises como a ditadura e as greves gerais, os governos foram cobrados por grupos que exigiam melhores condições e reconhecimento dos trabalhadores, estudantes, retirantes, sem terra e tantos outros. Grupos como a CUT e a UNE tiveram grande participação na vida política brasileira e conquistaram, graças a sua resistência, diversos direitos.
Com essa nova fase que o Brasil está passando, mais precisamente pós-governo Lula, tais grupos aderiram ao governo e decidiram caminhar juntos para um Brasil mais justo.
Acho válida a ideia que esses grupos têm de se unir a um governo que deu liberdade e que surgiu das mesmas bases, acho que a atitude de caminhar juntos dentro de uma política de governo ajuda nas conquistas de alguns direitos.
Porém, temos que convir que essa aproximação muitas vezes prejudica o movimento. Grupos como a Cut e a Une mudaram seu tipo de ação e passaram a caminhar conforme a vontade do governo. Isso acontece pois eles acreditam que o governo esteja fazendo um bom trabalho. Mas a questão é que esses grupos serviam como termômetro.
Por outro lado, outros grupos simplesmente criticam. Não importa a atitude ou iniciativa, nunca está bom. O governo pode tentar, pode fazer, mas nunca será o suficiente. Esse tipo de pensamento, até certo ponto, é positivo, pois não deixa com que os governantes se acomodem, por outro lado acredito que não seja esse o jeito mais eficiente de construirmos um país melhor.
Um bom exemplo do que estou falando é o MST. Eles não se importam em elogiar o governo e declarar uma parceria, mas não deixam de criticar quando devem criticar.É esse tipo de atitude que esperamos de um grupo organizado como esses que citei. Não se pode abaixar a cabeça só porque é amigo e deixar passar diversas atitudes que vão contra seus valore ou lutas.
Sou a favor de um crescimento junto com o governo, acho que é o melhor jeito de atingir nossos objetivos dentro do contexto atual. Acredito também que o governo vem realizando um bom trabalho e graças a isso esses grupos acabam se “aliando”, mas acho que o papel de termômetro, que aplaude quando está certo e critica quando errado não pode ser perdido.
Quando só se critica, com o tempo, a critica perde seu valor, não se leva mais em consideração. Agora, quando você reconhece algo positivo, mas não deixa de falar quando não concorda, sua critica ganha mais destaque.
Precisamos reconhecer quando as coisas estão dando certo e não podemos passar por cima das erradas, só assim acredito que vamos caminhar para um Brasil mais justo e de todos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A luta não pode parar.

Com menos de cem anos a classe operária brasileira é jovem, porém já conta com grandes conquistas como a jornada de oito horas, o salário mínimo, a liberdade sindical, as férias e vários outros direitos, incorporados pela Constituinte Federal de 1988 em seu texto. Dos anos trinta aos oitenta o avanço da classe operária caminhou junto com o desenvolvimento da indústria e do sentimento de nacionalidade.

Hoje, essa luta por direitos e avanço do proletariado vem perdendo forças em meio ao neoliberalismo, que fortalece cada vez mais uma minoria dominante.

Para a unificação operária é necessário uma bandeira de luta que traga uma vitória significativa para os trabalhadores, uma bandeira que faça sua luta valer à pena, que passe por cima de medos e comodismos, que os operários lutem como lutaram os “communards” da Comuna de Paris e em tantas outras lutas que o mundo já presenciou. E nesse contexto a grande bandeira é a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial.

Reduzir a jornada, sem diminuir o salário e aumentar o número de empregados, não são os únicos objetivos dessa bandeira, mas a libertação do operário da fabrica, é fazer com que o trabalhador viva pra ele e para sua família. Não é uma luta por mais dinheiro ou menos trabalho, é uma luta por avanço, pela volta da força operária.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Música hoje.

A quem diga que não se faz mais música como antigamente, que a qualidade está caindo, que não temos mais grandes nomes dentro da musica. Pois eu discordo.
Acredito que estamos em outro tempo, com novas tendências, novos pensamentos, um novo contexto.
Não vou entrar no mérito de musicas eruditas, de grandes compositores clássicos, não conheço o suficiente. A análise se resumirá entre a década de 60 e os dias atuais.
Cantores como Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, ocupavam as estações e festivais nos anos de chumbo do Brasil. Suas letras audaciosas e literárias faziam sucesso entre os brasileiros. Grandes movimentos surgiram, como a tropicália. O Brasil ficava entre protestos e repressão. E por que não temos mais grandes compositores como tínhamos antigamente?
E quem disse que não temos?
O meio que os artistas tinham antigamente eram o rádio e a TV, através dos famosos festivais da record e os LP’s. Ou seja, não tinha outro jeito de ter acesso a música senão por esses meios. Se alguém em Roraima (só citei esse exemplo pela distancia de SP) quisesse expor suas músicas e não tinha condições de gravar um LP ou participar de um festival, corria o risco de morrer sem que ninguém ouvisse suas musicas. Quantas pessoas não se tornaram grandes sucessos só pela falta de divulgação.
O pólo musical do Brasil se resumia em São Paulo e Rio de Janeiro, se alguém quisesse expor suas músicas tinha que aparecer por aqui.
E o que isso interfere na qualidade das músicas ou na falta bons compositores como tínhamos antigamente?
A visão de falta de qualidade dos compositores se confunde graças a grande diversificação de músicas que hoje existe. O cenário musical não está escasso de boas composições ou cantores, ele está diversificado.
A informação chega muito mais fácil para os espectadores. Aquele mesmo cantor de Roraima que não conseguiu expor sua musica, hoje consegue através de ferramentas como youtube e outras plataformas, mostrar suas musicas para o mundo todo. Quantas vezes não ouvimos pessoas cantarem músicas que nunca ouvimos, ou aparecer em algum programa de TV um cantor ou banda que nunca pensamos que existisse e escutar todos cantando as músicas? É esse o grande papel da internet. Uma musica feita em casa sem nenhum equipamento profissional, gravada em filmadora caseira, pode se tornar o grande hit do ano em poucos dias.
Se antigamente as pessoas se dividiam entre MPB e jovem guarda, hoje a pluralidade de escolha é muito maior. Os grandes compositores e músicos existem, mais seu talentos se misturam com os milhares “compositoresdeumamúsicasó” que alternam sucessos de tempos e tempos.
Se antes a distancia dificultava a entrada no mercado, hoje é a facilidade de entrar nele que dificulta o destaque.
Quando que o “rebolation” (acho que é assim que escreve, não tive paciência de procurar na internet) faria sucesso há 30 anos atrás? Nunca. E a razão para seu sucesso hoje é a internet. Não precisou tocar nas rádios, ou disputar algum festival para que todos soubessem a música. Bandas como “Teatro Mágico”, que hoje arrastam muitos fãs para shows, começaram na internet, não apareceram nos rádios ou na TV.
E para os que ainda acham que a música está em decadência, ou que não existem mais musicas boas, embora isso seja muito subjetivo, musica boa para mim pode ser diferente pra você, mas pra quem ainda acha, segue uma lista com alguns cantores e bandas que merecem ser escutados:
Céu, Maria Rita, Seu Jorge, Pedro Mariano, Jair Oliveira, Luciana Melo, Ana Carolina, Léo Maia, Luiza Possi, Zeca Baleiro, Jorge Vercilo, Maria Gadu, Paulinho Moska, e outros tantos que não lembro o nome ou não conheço.
A música está mais viva do que nunca!!