quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Comissão da Verdade paulista é instalada nesta terça-feira



São Paulo - Enquanto a Comissão Nacional da Verdade não é nomeada, será instalada nesta terça-feira (28), a sua versão paulista. Composta pelos deputados Adriano Diogo (PT), Marcos Zerbini (PSDB), André Soares (DEM), Ed Thomas (PSB) e Ulysses Tassinari (PV), a comissão pretende investigar principalmente mortes e desaparecimentos políticos ocorridos no Estado durante a ditadura militar.
Com um caráter diferente da comissão nacional prevista na lei 12.528, aprovada no ano passado, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo pretende contribuir com o levantamento de depoimentos, testemunhas, documentos públicos e judiciais sobre violações aos Direitos Humanos ocorridos no período.
A comissão, hegemonizada por partidos da base do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), foi nomeada pelo presidente da Assembleia Legislativa, o também tucano Barros Munhoz. O autor da resolução que criou a comissão, deputado Adriano Diogo (PT), que deve ser eleito seu presidente, afirmou que tentará fazer alterações na sua composição, mas acredita que, mesmo se o perfil conservador for mantido, o trabalho da Assembleia paulista poderá dar a sua contribuição ao resgate desse período da história brasileira.
Na quinta-feira (01), haverá uma sessão especial para abertura da comissão, às 19 horas, na Alesp. Em seguida, será exibido um vídeo sobre a vida do deputado Rubens Paiva, desaparecido no período militar. A investigação abarcará os anos de 1964 a 1982, já que os tucanos colocaram como condicionante para aprovação da resolução que a comissão não investigasse o governo de Franco Montoro (1983 a 1987). O prazo de funcionamento é de dois anos, mas com possibilidade de extensão deste prazo.

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Opinião...

Vamos lá, vejam se estou errado, se é coisa da minha cabeça ou algo que o valha.
A investigação será do período que vai de 1964 até 1982, pois “os tucanos colocaram como condicionante para aprovação da resolução que a comissão não investigasse o governo de Franco Montoro (1983 a 1987)”.
Pra quem não sabe Montoro foi um dos fundadores do PSDB...
Se, para que seja aprovada a Comissão os tucanos colocam com exigência NÃO investigar Franco Montoro, é justamente ele que deve ser investigado.
Quem não deve não teme, ditado antigo, mas válido, que cabe muito bem à situação.
Até porque, se trata da Comissão da Verdade, isso mesmo VERDADE!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Para não causar conflito


É muito mais cômodo sentar e ler o que todos lêem. Ou assistir o que todos assistem.
Assim não se discorda.
Conflito de ideias nos faz pensar, o que não é tarefa fácil, cansa, desgasta...
Refletir está meio démodé.
Que se continue como está, um bando passivo. Como o gado para o abate.
Assim não perturbamos a ordem dos grandes senhores. Isso os faria irritados...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O alimento da direita


A direita neoliberal sobrevive das exceções. É ótimo para eles que alguém, que veio de baixo, sem condições, consiga grandes feitos, pois é nessa hora que ouvimos “está vendo, todo mundo é capaz, é só se esforçar”, ou “esses programas do governo de vagas para os mais pobres ou as cotas são ruins, só reforçam o preconceito, não viu o fulano de tal, que passou sem ajuda nenhuma?”.
O último caso foi o da Laíssa, catadora de papel que passou na USP. Todo mérito para ela, parabéns pelo seu esforço e superação, mas isso não quer dizer que todos que estão na mesma condição dela conseguirão as mesmas conquistas. E não porque são incapacitados, mas por um descaso do Estado que não dá condições para tal.
Se hoje existem menos médicos negros do que brancos não é por incapacidade dos negros. Ou que nas faculdades e universidades a grande maioria dos estudantes são de classe média alta seja porque os ricos são mais esforçados.
Não se engane por aquele primo que nasceu em família pobre e hoje é advogado.
Isso tudo é propagando do neoliberalismo, que sempre que pode reforça o individualismo, o “salve-se quem puder”, que estimula a competição e a conquista pessoal.
Seremos felizes de verdade quando notícias como do caso da Laíssa não renderem tanto alarde, quando isso se tornar comum. Quando todos tiverem as mesmas condições. E para isso precisamos distribuir renda, criar cotas sim,  criar programas como o Prouni e o Enem.
Só a vontade não garante uma conquista. É preciso comida, trabalho, casa, escola, saúde... é preciso condições, é preciso um Estado presente, preocupado, responsável.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O novo tempo do PT


Texto publicado na Agência Carta Maior
O novo tempo do PT, a priori amadurecido pelas crescentes conquistas eleitorais, impõe uma movimentação vital: promover um balanço crítico da estratégia do partido, questionando “se as mudanças experimentadas não comprometem seu horizonte estratégico, seus compromissos com a democracia e o socialismo.”
Cláudio André de Souza*
É inegável na ciência política e nas demais ciências sociais a pujança da agenda de pesquisa que aliou nas últimas décadas temas como democracia, partido, políticas públicas, movimentos sociais, cultura, representação política, entre outros, a “novidade” que se tornara o Partido dos Trabalhadores (PT) no cenário político brasileiro.
O reconhecimento de sua importância em âmbito acadêmico deve-se, sobretudo, a sua origem extraparlamentar de atuação junto as bases e a forte ligação com a sociedade civil. Desde sua fundação, o PT defende um projeto socialista ligado a criação de uma democracia direta, aproximando-se às demandas sociais de igualdade e socialização dos meios de produção, e, sem dúvida, diante da ordem vigente.
Embora saibamos do pluralismo politico de suas tendências internas, a criação do PT soube combinar a radicalização de um projeto audacioso para o seu tempo com um profundo realismo politico adaptado a seara institucional. Programaticamente, o partido nasceu vocacionado a institucionalidade, mesmo reiterando nos primeiros encontros do partido a sua posição firme em ocupar os parlamentos, que deveriam estar subordinados as lutas sociais dos trabalhadores e das demais massas exploradas.
Esse “espírito” de inversão de prioridades levou o partido a formular políticas públicas identificadas com um processo de inovação democrática caracterizado, dentre outras questões, com o fortalecimento de espaços públicos e da participação direta da sociedade civil no processo decisório das instituições subnacionais.
O acúmulo de capital político traduzida em sucessivas vitórias eleitorais no inicio dos anos 2000 credenciou o partido a “radicalizar” a tática de ampliação do leque de alianças e, portanto, a apresentar em 2002 uma coligação com predominância dos partidos tradicionalmente apoiadores do PT, mas, no entanto, incluindo forças sociais e políticas conservadoras amplificadas dentro e fora dos partidos. A síntese entre capital e trabalho revelou a tensão entre os novos e velhos compromissos do PT.
O novo tempo do partido diz respeito a consolidação de um projeto político contraditório, evidenciando tensões em três níveis, o de demandas históricas da esquerda marcadas pela crítica ao liberalismo; manutenção de medidas neoliberais e a condução de políticas de bem-estar social.
O novo tempo do PT, a priori amadurecido pelas crescentes conquistas eleitorais, impõe uma movimentação vital: promover um balanço crítico da estratégia do partido, questionando “se as mudanças experimentadas não comprometem seu horizonte estratégico, seus compromissos com a democracia e o socialismo.” (Emiliano José, A Tarde, 16/01/2012). Sem se perder no passado, o PT deve olhar o futuro, compreendendo as tensões inerentes ao contexto histórico, posicionando-se diante da sua própria história nos últimos 32 anos.

(*) Cientista político, professor e Doutorando em Ciências Sociais pela UFBA.
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Minha opinião

Faz um tempo que penso sobre o atual posicionamento político do Partido dos Trabalhadores. Um partido que teve sua formação na base da sociedade não pode esquecer suas origens... Acredito e sei da importância de certas medidas tomadas pelo partido, como algumas alianças e concessões. Como se costuma dizer, às vezes é preciso se submeter a certas situações para que se consiga alguma mudança. O discurso radical, do “PT original”, não estava fazendo efeito e o partido não conseguia espaço para propor mudanças. Com a adaptação do discurso e as alianças políticas o PT chegou ao poder e, mesmo que não tenha feito tudo que pretendia, conseguiu realizar significativas mudanças.
Mas agora o tempo é outro. O Partido dos Trabalhadores está maduro, ganhou espaço e respeito. Isso o legitima a tomar certas atitudes mais “radicais”, isto é, já podemos falar não! Não precisamos fazer alianças com qualquer um só para ganhar uma prefeitura.
As mudanças foram necessárias, mas não implica numa mudança ideológica. O mundo pede uma nova política. A América Latina desponta nesse sentido e dá exemplos a outras nações. Não podemos perder essa maré de governos progressistas por conta de atitudes irracionais que visam somente o poder. Costuma-se falar em “aliança estratégica” e não “aliança ideológica”, mas sabemos que essas alianças estratégicas não são de graça. Não podemos correr o risco de se vender a políticos neoliberais que sempre lutaram e lutam, contra o projeto de governos petistas.
Sobre isso, o texto “A esquerda brasileira” discorre um pouco sobre a questão da esquerda no Brasil e o papel do PT na conquista desse espaço. Eu insisto em acreditar na transformação que o partido propõe, mas sei que as dificuldades que as alianças políticas propiciam são grandes. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

32 anos de Partido dos Trabalhadores


Dia 10 de fevereiro de 1980, no colégio Sion, em São Paulo, foi fundado o PT. Sindicalistas, líderes rurais e religiosos e intelectuais aprovaram o manifesto de fundação do Partido dos Trabalhadores.





Um marco nas conquistas democráticas do Brasil, que tem como líder e fundador o primeiro presidente metalúrgico do país, Luiz Inácio Lula da Silva, e que elegeu, após 8 anos de governo, nossa primeira presidenta!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Guerrillero del Tiempo


O comandante Fidel Castro lançou seu livro Guerrillero del Tiempo, mais uma obra com suas memórias. Com 85 anos, Fidel falou por seis horas com o público, mostrando que não perdeu o hábito de seus longos discursos.
As mais de mil páginas escritas, divididas em dois volumes, contam sua trajetória desde a infância até dezembro de 58, pouco antes da queda do ditador Batista.

Dentre o discurso do ex-presidente, destaco uma frase que acredito mostrar bem o pensamento de Fidel “El deber nuestro es luchar hasta el último minuto, por nuestro país, por nuestro planeta y por la humanidad

Abaixo algumas fotos do lançamento do livro:





Para mais fotos Aqui

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Falta muito, mas estamos no caminho...


Sei que ainda temos um longo caminho a percorrer, mas não podemos deixar de reconhecer que avançamos.
O acesso à educação no Brasil ainda tem muito a amadurecer, mas alguns dados animam.

Saiu no Blog do Planalto 

Até 2014, o governo vai criar quatro novas universidades federais e 47 campus universitários, o que vai facilitar o acesso dos estudantes ao ensino superior, informou a presidenta Dilma Rousseff na coluna Conversa com a Presidenta publicada hoje (31). Ao estudante de Uberlândia (MG) Sandro Gonçalo Alcondo, ela lembrou que 14 universidades e 120 campus foram criados no governo do ex-presidente Lula.
“Esta expansão permitiu ampliar as vagas de ingresso de 139 mil, em 2007, para 243 mil, agora, em 2012”, disse a presidenta, lembrando que, por meio do SISU, o governo também aumentou as chances de ingresso em 95 universidades públicas.
Para viabilizar os estudos em universidades particulares, acrescentou a presidenta, os estudantes contam com o Programa Universidade para Todos (Prouni), que já concedeu mais de um milhão de bolsas de estudo, e o Financiamento Estudantil (Fies), com taxa de juros de 3,4% ao ano.