quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A política na era da Internet


A internet se apresentou como espaço democrático onde todos podem expressar suas opiniões que sempre terá alguém ouvindo, concordando ou não. Esse espaço motiva as mais diversas formas de expressão e organizações, das mais diferentes naturezas. Os grandes movimentos estão, na sua maioria, ligados à política, como a revolução no Egito, Churrasco da gente diferenciado, protestos contra Sarney, Movimento Passe Livre, só para citar alguns exemplos, resta saber se isso está trazendo uma conscientização política, ou são assuntos sazonais que geram movimentação na rede e refletem na realidade.
Podemos entender a internet como uma motivadora de uma pré-disposição que os jovens têm de se expressar politicamente e participar da vida política/social da sociedade, isso serve de argumento para os mais otimistas sobre o tema, mas confesso que não sou tão otimista assim.
Não discordo da importância que a internet vem tendo nos últimos tempos, do seu papel democrático e de difusor de informação, mas daí a ter o título da grande responsável pelos movimentos sociais que estão acontecendo, eu não concordo. Como grande difusora eu não tenho dúvidas que a internet desempenha seu papel com excelência, mas não aceito a ideia de que a internet é a responsável pelas conquistas ou manifestações recentes.
Tomando como exemplo a queda do ditador Mubarak, é injusto com todos aqueles que morreram e lutaram contra as tropas do ditador achar que tudo só foi possível graças ao twitter e facebook. Mais uma vez insisto na importância que essas redes sociais tiveram, mas como difusoras, para mostrar ao mundo o que estava acontecendo e como uma ferramenta de organização. Mas o que tirou o ditador foram as pessoas que saíram às ruas e se colocaram contra o regime. Achar que tudo isso foi graças ao facebook, na minha percepção, é errado. As revoltas aconteceriam de um jeito ou de outro, talvez com uma dificuldade a mais na organização, mas aconteceriam.
Na rede, o que predomina, daí o advento da mesma, é o pensamento individual, é a possibilidade de colocar o que quer, individualmente, em evidência. Na internet as vontades e aspirações individuais, devido a abrangência, se coincidem com de outros, mas isso não faz com que percam o caráter individualista. Na rede não existe um abandono de um bem estar individual para um coletivo, por isso as grandes transformações não terão forças o suficiente para acontecerem.
A frase “xingar muito no twitter” que já virou uma expressão comum, explica bem toda essa situação. As redes sociais, quando falamos de manifestações políticas e sociais, são cômodas. Isso porque tira o “peso na consciência” que as pessoas possam vir a ter por não participar da vida política da sociedade e dá a possibilidade de se manifestar sentado na frente do computador, sem grandes esforços.
Acreditar que as coisas mudarão por um simples post no twitter ou vídeo no youtube é ilusão. Temos que passar a enxergar as redes sociais como uma ferramenta de organização, e não como peça chave  para as conquistas dos novos tempos. Grandes conquistas já aconteceram sem as “redes sociais” para auxiliar. O grande personagem é, e sempre será, o povo, o que auxilia esses movimentos é variável, inconstante, a força da união popular prevalece com o tempo e se adapta as novas necessidades e tecnologias.
Além disso, a utilização da internet para discussões políticas é mínima. Segundo pesquisas  da Power to the people, dos participantes de redes sociais 74% a utilizam para enviar mensagens aos amigos; 55,1%, para postar suas fotos; 33,6%, para baixar e ouvir músicas; 30,8%, para preencher seus blogs, na maioria com informações pessoais ou sobre a família; 23,3%, para instalar aplicativos; 21,9% para publicar vídeos; 18,3%, para namorar; 9,8%, para promover bandas musicais e 3,2%, para outras atividades e, para os mais otimistas, pode estar dentro dessa pequena parcela as discussões políticas.

A militância política na internet pouco serve se permanecer na internet. Se não for exteriorizada de nada funciona. Um twit, comentário ou vídeo desaparecem assim que aparecer algo mais interessante, quem não está interessado, desliga o computador ou muda de site. As mobilizações sempre serão as vozes daqueles que estão reivindicando. Essa não dá pra mudar de página ou esquecer.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pensamento de uma sexta...


Tirado do texto O ovo da serpente publicado no sitio de Adital

De Frei Betto

“As mobilizações tipo Ocupem Wall Street servem para denunciar, não para propor, se não houver um projeto político. Quem se queixa do presente e teme o futuro, corre o risco de se refugiar no passado – onde se abrigam os fantasmas de Hitler e Mussolini.”

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A cara da dignidade


Por Emir Sader, publicado no sítio de Carta Maior

Que bom que uma foto como essa reflita um momento como esse, com essa cara de dignidade, enfrentando seus algozes, que escondem seus rostos!

Que bom que essa foto reflita a cara de uma militante depois de 22 dias e noites das torturas mais cruéis – de pau de arara, choque elétrico, afogamento e outras violências físicas -, como não se quebra a coragem de um ser humano que se decidiu a lutar contra as injustiças!

Que bom que as novas gerações possam ver isto, quem estava de cada lado, quem dava a cara e quem escondia a cara!

Que bom que uma foto como esta venha a público quando a Comissao da Verdade está prestes a começar a funcionar e alguns ainda pretendem passar a ideia de que eram dois grupos armados digladiando-se, como se não houvesse quem estava do lado da ditadura e quem estava do lado da democracia!

Que bom que os jovens de 22 anos possam hoje ver o que foi a vida daquelas gerações dos que lutamos contra a ditadura!

Que bom que pudemos ter gerações com aquela, que lutaram com dignidade, não medindo sacrifícios, para que pudéssemos derrotar a ditadura!

Que bom que se possa romper a censura da velha mídia e publicar fotos como essa e outras daquela época, de tão triste memória para o país, e que os que estiverem implicados nela querem fazer esquecer.

Que bom que existam pessoas que enfrentaram e seguem enfrentando as injustiças com essa coragem e essa dignidade.

Que bom que tenhamos uma mulher assim como Presidenta do Brasil!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cuba, país com melhor desenvolvimento humano da América Latina


Via Pátria Latina

Cuba confirmada como o país com melhor desenvolvimento humano da América Latina

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA em inglês), na apresentação do Informe sobre o Estado da População Mundial 2011, além de analisar o fato de que o mundo chegou aos 7 bilhões de habitantes, assegurou que Cuba é a nação com mais alto desenvolvimento humano latino-americano, chegando a afirmar que conta com um desenvolvimento equivalente a um quarto de século de avanço em relação aos demais países da América Latina e do Caribe.
Isso ocorre devido aos baixos níveis de mortalidade do país, a elevada esperança de vida, seu acesso à saúde e educação, sua saúde sexual e reprodutiva, e os indicadores de envelhecimento de sua população, todos com valores similares e, inclusive, maiores aos de nações industrializadas.
Com respeito ao enfoque sobre os 7 bilhões de pessoas no mundo, a UNFPA não só evidenciou dados demográficos, como também o aprofundamento das problemáticas sociais e econômicas que implicam no crescimento da população, onde se alguns questionamentos foram levantados: De que maneira reduzir as lacunas entre ricos e pobres e retificar as desigualdades entre homens e mulheres, e entre meninos e meninas?  Ou ainda: Como alcançar que as cidades sejam lugares aptos para viver?
O documento mostrou os grandes contrastes sociais e as necessidades de trabalharmos unidos pelo progresso, como, por exemplo, a questão da natalidade. Enquanto nas nações européias mais industrializadas nascem 1,5 crianças por mulher, na África - de alarmantes indicadores sócio-demográficos e grande pobreza -, nascem cinco bebês por mãe.
Esta conquista de Cuba se soma a sua reconhecida luta contra o racismo, a desnutrição infantil e sua comprovada qualidade em todos os níveis de educação.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pobreza na América Latina fica 17 pontos percentuais menor em dez anos


Via Agencia Brasil 

Pesquisa da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) aponta que, em dez anos, a taxa de pobreza na América Latina diminuiu 17 pontos percentuais. No período, o índice caiu de 48,4% para 31,4%. Houve redução também na taxa de indigência – parcela da população que vive abaixo do nível de subsistência –, que saiu de 22,6% para 12,4%.
Os dados constam do documento intitulado O Panorama Social da América Latina 2011, que afirma que as taxas são as menores registradas nos últimos 20 anos. A expectativa da Cepal é que o índice de pobreza fique ainda menor em 2011, com 30,4%, o que significa 101 milhões de pessoas nessas condições. O índice de indigência sofrerá pequeno aumento, fechando o ano em 12,8%, com 73 milhões em situação de pobreza extrema.
Segundo o documento, a redução da pobreza é atribuída ao aumento de renda e do trabalho. “Embora a queda da pobreza seja devida principalmente ao crescimento da renda média dos domicílios, a redução da desigualdade também tem incidido de maneira significativa. Apesar da leve redução da desigualdade, isso contribui para configurar um cenário favorável, sobretudo em um contexto de ausência prolongada de melhoras distributivas generalizadas”, diz o estudo.
Em contrapartida, a alta nos preços dos alimentos neutralizou o aumento previsto nas rendas domiciliares e ocasionou leve aumento da taxa de indigência.
Cinco países registraram reduções significativas em suas taxas de pobreza: Peru (-3,5 pontos), Equador (-3 pontos), Argentina (-2,7 pontos), Uruguai (-2 pontos) e Colômbia (-1,4 pontos). Nesses países, a variação das taxas de indigência também apresentou sinal negativo, com quedas entre 0,5 e 1,7 ponto percentual.
Honduras e o México foram os únicos países com incrementos significativos em seus índices de pobreza e de indigência, de 1,7 e 1 ponto percentual, respectivamente, no primeiro país e de 1,5 e 2,1 pontos percentuais no segundo.



 Minha observação:
Nos últimos anos, não coincidentemente os mesmos 10 destacados pela pesquisa, a América Latina vem passando por uma “quinada à esquerda”. Governos como e de Lula no Brasil, Chávez na Venezuela, Evo na Bolívia, Rafael Correa no Equador e Humala no Peru dão uma nova cara à política latino americana, que mesmo com o mundo em crise, apresentam índices de crescimento e melhora na qualidade de vida. Tudo isso, reflexo de uma política mais humana e justa.
Enquanto os ditos “países de primeiro mundo” se afundam na crise e tentam, em vão, uma salvação pelo sistema neoliberal, a América Latina dá um exemplo de modelo alternativo para superar as dificuldades e passar, a exemplo do Brasil, o período de recesso mundial com aumento nos índices de desenvolvimento econômico e social.