sexta-feira, 29 de abril de 2011

Alguma coisa está errada

Hoje no trem uma mulher começou a pregar suas crenças religiosas, nada contra, ela sentiu vontade de falar e falou, defendeu sua ideologia. No meio do seu sermão, que não concordo muito (mas isso não importa agora) ela disse que chegará um tempo que teremos dinheiro, mas não teremos comida. Tirando a parte religiosa do discurso e toda referencia com as 7 pragas, ela está certa, só um detalhe passou despercebido nessa frase, o Verbo.
“Chegará” deveria ser trocado por “chegou”. Nós já vivemos num tempo em que temos muito dinheiro e pouca comida. Nações ricas como o Brasil, recheado de riquezas naturais e de empresários multimilionários, ainda tem pessoas em condições precárias, passando fome. Como isso é possível? Com tanta terra, com tanta gente para produzir, como que hoje em dia ainda existem pessoas nessa situação?
Não serei injusto de não comentar o grande feito do nosso último presidente, agora continuado por Dilma, das milhares de famílias que saíram da pobreza e das próximas que saírão, mas isso não esconde a realidade, por mais que muitas saíram da situação, muitas ainda estão. E o que fazemos pra mudar isso? Alimentamos mais e mais um sistema que se fortalece dessas injustiças.
O tempo do dinheiro chegou, resta saber o que faremos com ele. Muitas pessoas dormem tranquilas em suas camas mesmo sabendo que outras dormem nas ruas. Nem sempre ter é o suficiente, às vezes, a certeza de que todos têm é melhor. Nem sempre o “ter muito” é bom, quando sabemos que outros não têm nada. As oportunidades são diferentes, não podemos julgar uma situação por um simples acaso do destino, se alguém está na rua é porque alguma coisa aconteceu. Se alguém passa fome, alguma coisa está errada. Se o mundo está se acabando em crise, o sistema é fraco. E sim, isso é da nossa conta?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Racismo no Brasil

Para nosso conhecimento, saiu uma matéria na Carta Capital muito interessante sobre o racismo que ainda (e infelizmente) existe no Brasil. Segue a matéria:


Racistas? Imagina…

Redação Carta Capital 26 de abril de 2011 às 9:10h
Apesar da redução de certas disparidades propiciadas por programas de segurança alimentar, o abismo que separa brancos e negros no Brasil continua gigantesco. Essa é uma das conclusões do Segundo Relatório Anual de Desigualdades Raciais, divulgado na terça-feira 19 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O estudo revela que os afrodescendentes têm menor acesso ao sistema de saúde (uma taxa de não cobertura de 27%, diante dos 14% verificados entre a população branca), a exames ginecológicos preventivos, ao pré-natal e sofrem com uma taxa maior de mortalidade materna. Por dia, morrem cerca de 2,6 mulheres pretas ou pardas por complicações na gestação, enquanto esse mesmo problema acomete 1,5 mulheres brancas.
Nos últimos 20 anos, o tempo de estudo dos afrodescendentes acima de 15 anos passou de 3,6 anos para 6,5. Mesmo assim, está muito aquém da média dos brancos, com 8,3 anos de estudo. Por outro lado, os pretos ou pardos beneficiados pelo Bolsa Família conseguiram aumentar a quantidade de alimentos consumidos em proporção superior (75,7%) à da população branca inscrita no programa (70,1%).
“Melhorou a segurança alimentar dos afrodescendentes, mas a discrepância prevalece nos outros setores”, comenta Marcelo Paixão, coordenador do relatório.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Reforma Política II


Nessa semana foi aprovada pela Comissão de Reforma Política do Senado a proposta de financiamento público para campanhas eleitorais. Fica proibido qualquer financiamento privado às campanhas.
De acordo com o Senador Humberto Costa do PT, com a aprovação do voto em lista fechada as campanhas ficarão mais baratas e poderão ser financiadas com o fundo partidário, que já existe. Além disso, para o Senador, esse tipo de financiamento trará mais transparência.
Hoje sabemos que grande parte das campanhas são financiadas por empresas  que tem seus interesses no relacionamento com o setor público, por uma série de motivos. E muitas delas (pra não falar todas) cobram essa “ajuda” depois, dificultando a imparcialidade em algumas situações.
As Reformas Políticas estão caminhando e, por hora, estou contente com os resultados. Abaixo um resumo tirado do Portal Vermelho sobre as decisões da Comissão:

1. Regras para escolha de suplentes de senador:
Aprovada proposta prevendo que um senador teria apenas um suplente, que não poderá ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até segundo grau ou por afinidade, do titular.
O suplente assumiria apenas para substituir temporariamente o titular. Em caso de afastamento permanente, por renúncia ou morte, haveria eleição no pleito seguinte, sendo geral ou municipal.
2. Mudança na data de posse de presidente, governadores e prefeitos:
Posse de prefeitos e governadores seria no dia 10 de janeiro;
Posse de presidente passaria para o dia 15 de janeiro;
Todas essas mudanças só valeriam a partir de 2014.
3. Voto obrigatório
O voto continua sendo obrigatório.
4. Reeleição
Fim da reeleição, com mandato de cinco anos para os Executivos municipais, estaduais e federal.
5. Coligações
Aprovado fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais, nas quais são eleitos deputados federais, estaduais e distritais e vereadores.
6. Sistemas eleitorais
Aprovado o sistema proporcional com lista partidária. Nessa modalidade de voto proporcional, cada partido apresentaria uma lista com os nomes de seus candidatos por ordem de prioridade. Essa variante é usada na maior parte dos países que adotam o sistema proporcional.
7. Financiamento público
Os partidos receberão exclusivamente verbas públicas durante o período eleitoral, ficando as candidaturas proibidas de utilizar na campanha qualquer tipo de doação privada.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Lembrar é resistir


Nesse mesmo dia, em 1964, os militares assumem o poder no Brasil e dão início a um dos piores momentos da nossa história. O Brasil foi vendido ao Imperialismo norte-americano, nosso direito foi tirado, nossa voz calada, nossas idéias censuradas.

Quando Jânio Quadros renuncia, e João Goulart  assume, as manifestações sociais ganham mais força e reconhecimento. Os trabalhadores, estudantes e operários ganham voz no governo e, como não podia deixar de ser, ainda mais em plena Guerra Fria, a direita no Brasil começa a ficar com medo de uma possível aproximação com os comunistas.
A partir desse medo diversas atitudes foram tomadas, como a adoção do regime parlamentarista, que reduzia os poderes de Jango. Esse sistema ficou vigente durante 61 e 62, e no próximo ano, através de um plebiscito, volta ao regime presidencial.
Jango era acusado pelos partidos de oposição, UDN e PSD, de preparar um golpe de esquerda e o responsabilizava pelos problemas que o país vinha enfrentando.
Um grande comício foi realizado por João Goulart no Rio de Janeiro, no dia 13 de Março, nessa ocasião o então presidente defendeu as reformas de base e citou mudanças radicais na economia e educação, chegando a citar a reforma agrária.
Dias depois, 19 de março, a ala conservadora do Brasil realizou a famosa “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, que reuniu a direita brasileira,  entre ela proprietários de terras, empresários e a Igreja, tudo para frear o avanço social que Jango queria para o Brasil, e além disso,  “preparar o terreno” para os militares.
As tensões aumentavam a cada dia, chegando ao seu estopim no dia 31 de março,quando as tropas saíram às ruas. No dia 1º de maio (dia propício) os militares assumem o poder. Jango deixa o país e vai para o Uruguai.
Começa a ditadura Militar no Brasil. O período durou mais de 20 anos (até 1985) e deixou uma mancha de sangue na nossa história. Lembrar é resistir.