sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Em memória das vítimas do Holocausto


A frase dita pela presidenta Dilma durante seu discurso na cerimônia ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto me chamou a atenção e decidi publicá-la, vale a reflexão:
“Não se confunda o dever da memória com a passividade da simples lembrança. A memória expressa a firme determinação de impedir que a intolerância e a injustiça se banalizem no caminho da humanidade”.

Contra o aumento!

Ao som de “trabalho, estudo, dou duro o dia inteiro, Kassab anda de carro e ainda rouba meu dinheiro” embalado por uma mini bateria de algumas caixas e bumbos, a 3ª passeata contra o aumento aconteceu (27/01).
Começou na frente do teatro municipal de São Paulo e se estendeu pelas ruas São Bento e Líbero Badaró e avenidas Ipiranga e São João.
Ao todo foram 4.000 pessoas na passeata contra o aumento.
Por volta das 20h os manifestantes se reuniram com o presidente da câmara (PSDB) e outros vereadores que se comprometeram a convocar uma audiência pública com o secretário de Transporte. Mesmo com muito barulho a negociação foi pacífica.
É a prova de que, se o povo se unir para cobrar aqueles que foram eleitos para zelar pela cidade e pelas pessoas, nós conseguimos melhorias. Nada está definido, o objetivo não foi atingido, mas esse compromisso que os vereadores firmaram com o movimento já é uma vitória.
À luta!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O papel das forças representativas

A história dos movimentos sociais no Brasil muitas vezes se confunde com a fundação de partidos políticos ou o aparecimento de grandes nomes. Às vezes a necessidade que essas organizações têm de se organizarem como partidos se dá pelo fato de que, em alguns casos, é a única forma de atingirem seus objetivos. Outro ponto é a aparição de “líderes” dentro dessas organizações, que geralmente se aproximam de partidos e acabam se candidatando, geralmente pelo mesmo motivo anterior, pois acreditam que se tornando um político poderão ter mais voz e representar melhor o meio no qual pertence.
Outro meio, comum em diversas instituições como a UNE  ou as centrais sindicais, é o apoio a candidatos e partidos, servindo de palco para campanhas políticas. Isso é inevitável. O que não pode acontecer é a perda do censo crítico, é esquecer o real papel dessas instituições.
Com seu papel representativo, fica inaceitável  que as instituições se calem na hora das reivindicações, muito pelo contrário, o que deveria acontecer era uma maior cobrança, o que, infelizmente, nem sempre acontece.
Nos recentes protestos contra o aumento das tarifas dos ônibus notou-se a presença forte de bandeiras partidárias, só que não é esse o propósito. Não é uma caminhada por interesses políticos, nem deve servir de promoção a partidos. Aquilo é uma reivindicação do povo, independente de partido, as coisas não podem ser confundidas.
Outro ponto importante, já comentado nesse blog, é que por muitas vezes essas instituições deixam de representar o povo devido a partidarismos.
Claro que temos que reconhecer quando as coisas melhoram, e apoiar aqueles que acreditamos ser o melhor para o povo, mas isso não pode representar uma omissão em assuntos que interessam o povo só por conta de uma relação política.
O fato de apoiar um partido não quer dizer que devemos ser coniventes com tudo que ele faça. Quer dizer que devemos ser críticos e buscar sempre um diálogo, sempre com um objetivo maior, ajudar aqueles que são representados: o povo.

Nessa semana as centrais sindicais se reuniram para discutir o relacionamento entre elas e o governo, já que os primeiros meses da presidenta Dilma não começaram tão bem segundo as Centrais. A falta de diálogo é uma das principais queixas.
De acordo com o presidente do CTB, as centrais tem que se lembrar do “bom histórico de diálogo” nos anos de Lula, e que . “Juntos, o governo Lula e as centrais resolveram vários problemas. A política de valorização do salário mínimo, negociada entre as duas partes, foi fundamental para a superação da crise econômica”, diz o presidente. Eles esperam que depois da reunião de quarta-feira (dia 26) com a presidenta Dilma, as conversas se tornem mais frequentes.
A campanha de Dilma foi marcada pelo apoio maciço das forças sindicais, nem o ex-presidente Lula, que tem forte histórico com o sindicalismo, teve tanto apoio.
Em conversa sobre as negociações o presidente da CTB disse: “Não vamos ficar parados. Apoio não é adesão. Do mesmo jeito que nos unimos para apoiar, vamos mobilizar se não houver negociação.”
Acredito que esse deva ser o discurso das instituições. Devemos caminhar juntos, por uma melhoria constante e sempre pensando naqueles que mais precisam. Partidarismos e apoios não devem passar por cima dos objetivos maiores das organizações.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Outros viram", e nós?


Não sei exatamente a razão, mas tem muito brasileiro com a “síndrome da inferioridade”. Muita gente acha que o Brasil não vai pra frente, que o problema do Brasil são os brasileiros (essa é a pior) ou não reconhece quando acontece alguma coisa boa. O mundo já nos reconhece como uma potência emergente, alguns fatos no Brasil se tornam exemplo de sucesso no mundo todo, mas mesmo assim tem gente que não admite.
Até não achar que o país está bom, tudo bem, cada um tem seu parâmetro de bom e ruim, mas daí a desacreditar numa melhora?! Não dá pra admitir...
Dias atrás estava pesquisando um pouco sobre a vida e algumas obras de Jorge Mautner (pra quem não conhece vale à pena conhecer) e me deparei com uma parceria sua com Gilberto Gil (esse dispensa apresentação), o nome da música é “outros viram” que retrata bem essa questão.
Temos que parar de desacreditar no Brasil, nós construímos esse país, não adianta o mundo todo ver e nós não. Temos uma história repleta de lutas e conquistas, não podemos parar de lutar e acreditar, muito foi feito, mas muito está por fazer.
Abaixo um vídeo com a música acima citada e um depoimento de Gilberto Gil.
Que sirva de exemplo e inspiração.E vamos à luta!



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Cinema Nacional

Alguns dias atrás assisti o filme “Pequenas Histórias” de Helvécio Ratton. Nele a atriz Marieta Severo conta quatro histórias que nos faz relembrar contos e lendas brasileiras.
Não vou me estender em falar sobre o filme, o assunto não é esse, mas indico para todos que gostam de ouvir boas histórias.
Vamos ao ponto. No making of do filme, o diretor Helvécio Ratton, disse algo que me fez pensar. Em certo momento da entrevista ele disse, em outras palavras, pois não vou lembrar exatamente, que “o cinema nacional, com o grande sucesso dos filmes “hollywoodianos”, ganha aparência de filme estrangeiro”.
Nós somos tão massacrados por essa indústria cultural, que cada vez mais nos empurram filmes blockbuster (muitas vezes sem conteúdo algum) e quando aparece um filme nacional, que utiliza de outros modos de contar histórias, outros tipos de filmagens, ele parece estrangeiro. E quem conhece um pouco do nosso cinema sabe que temos filmes excelentes e para todos os gostos, de ação a comédias, de dramas a filmes históricos.
Muita gente critica (na maioria os exibidores de filmes) a  “cota de tela” que desde 2005 estabelece uma cota mínima de filmes nacionais a serem exibidos nos cinemas. Os exibidores alegam que esses filmes não dão público, causando prejuízos se comparados com os sucessos de bilheteria. Essa cota aumentará em 2011, ainda mais com os grandes sucessos de 2010, “Tropa de Elite 2”, “Nosso Lar” e “Chico Xavier” que ajudou a atingir a melhor marca nos últimos 20 anos do cinema brasileiro.
O fato dos filmes nacionais não darem tanta audiência, não se dá pela falta de qualidade, mas sim por um pré-conceito, construído por muito tempo. Há poucos anos atrás era muito mais difícil encontrar salas que passassem filmes nacionais, além da produção ser bem mais escassa e ,muitas vezes, sem muita qualidade sonora e visual. Hoje, continuamos carregando essa visão dos filmes nacionais, de produções baratas e sem muita repercussão.
Há vários modos de começar a mudar essa realidade, talvez o passo mais importante já foi dado, as “cotas de tela”. Com essa medida os espectadores têm mais contato com o cinema nacional e se acostumam com a opção de um filme brasileiro. Além disso, os produtores são incentivados a produzirem grandes filmes, os investimentos para os mesmos aumentam e, consequentemente, a qualidade também (o que vem acontecendo).
Claro que, além dessa medida governamental, tem uma questão cultural muito forte por trás disso tudo. As escolas devem incentivar, deve alimentar o habito de assistir filmes com títulos nacionais. É uma questão de valorização. O Brasil ainda não produz filmes como “Avatar” que mudam o jeito de fazer cinema e são sucessos no mundo inteiro, mas talvez não seja essa a cara do cinema nacional, e é isso que deve ser percebido. Nós temos o nosso jeito de fazer cinema, nossas histórias, não melhor, nem pior, mas nosso jeito. O Brasil é rico de histórias, repleto de personagens, tem excelentes atores, diretores, e um público que está mudando o jeito de olhar para o cinema nacional. O Brasil subiu um degrau no que diz respeito a produção de filmes. Estamos melhores, mais maduros, com produções maiores. Estamos no caminho certo.