quarta-feira, 26 de outubro de 2011

15 de outubro – Indignados e Globalizados


Antes de mais nada, destaco a importância do “AcampaSampa”, sei da relevância política e social que ele representa e todo seu potencial como força popular. Mas não posso deixar de destacar alguns pontos.
O movimento surge sem lideranças, com propostas gerais, abrangentes e de caráter internacional (as mesmas reivindicações aqui são as de Madri, Chile e Nova Iorque, para citar alguns exemplos)
As causas são nobres, mas carecem de realidade. O movimento corre o risco de ficar obsoleto, de seus participantes não se renovarem. E isso pode acontecer pela falta de mudanças rápidas, que interfiram no cotidiano. Não é necessário, nesse primeiro momento, grandes mudanças, mas algo que prove a força que a união tem, que mostre o caráter transformador mesmo que em pequenas causas.
Algumas saídas no meu entendimento:
A construção de uma liderança que posteriormente se torne uma candidatura e que seja, de fato, representativa, mesmo que para isso seja necessária a “rendição” ao atual sistema eleitoral.
Apoio a mudanças que já tramitam nos corredores do congresso como o financiamento público de campanha e o fim do voto secreto, com o intuito de potencializar a participação popular e diminuir os vínculos dos nossos representantes com o setor privado.

Nada disso exclui o movimento que mundialmente vem ganhando força, mas vejo nessas opções um jeito mais rápido e efetivo de se construir uma nova sociedade.

Para finalizar: e como fica a opinião daqueles que não podem participar das assembléias, mas compartilham dos mesmos ideais? As assembléias se tornarão representativas?
Caímos no mesmo ponto.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mais uma tentativa de acabar com o bloqueio



ONU pronta para vigésima condenação contra bloqueio a Cuba

25 de octubre de 2011, 08:28Nações Unidas, 25 out (Prensa Latina) Pelo vigésimo ano consecutivo, a Assembleia Geral das Nações Unidas emitirá hoje uma nova condenação ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos contra Cuba há quase meio século.
Na presença do chanceler cubano, Bruno Rodríguez, o máximo fórum mundial votará nesta terça-feira outra resolução sobre a "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".
Esse é o título de um relatório apresentado pela ilha caribenha, no qual são detalhados os danos sofridos por seu povo devido ao cerco norte-americano e que ascendem a uma quantia de 975 bilhões de dólares.
O texto sustenta que as medidas estadunidenses persistem e se intensificam apesar da crescente e categórica demanda da comunidade internacional para sua eliminação.
No ano passado e no mesmo plenário da ONU, 187 países voltaram a condenar o bloqueio, frente aos únicos votos negativos dos Estados Unidos e Israel e as abstenções de Ilhas Marshall, Micronésia e Palau.
Essas votações começaram em 24 novembro de 1992, quando a sessão ordinária 47 da Assembleia aprovou por 59 votos a favor, três contra e 71 abstenções a primeira resolução nesse sentido.
Há um mês, meia centena de governantes do todo o mundo pediram, no palanque da Assembleia Geral da ONU, o fim do bloqueio de Washington contra Cuba.
Nessa ocasião, o ministro cubano de Relações Exteriores denunciou a intensificação do bloqueio e das tentativas de subverter a ordem constitucional elegida livremente pelos cubanos.
Ao mesmo tempo, reiterou a disposição e interesse do governo de Cuba em avançar para a normalização de relações com os Estados Unidos e a proposta de iniciar um diálogo dirigido à solução dos problemas bilaterais.
Nesse sentido, mencionou os assuntos humanitários e ratificou a oferta de negociar acordos de cooperação contra o narcotráfico, o terrorismo, o tráfico de pessoas, os desastres naturais e a proteção do meio ambiente.
Esta será a terceira condenação da ONU desde a chegada do atual presidente, Barack Obama, à presidência estadunidense.

Minha opinião:

Infelizmente, não tenho muita esperança, não antes da próxima eleição presidencial dos EUA. Quem sabe, caso o Obama seja reeleito para seu segundo mandato, mudanças substanciais sejam feitas.
É que nos EUA não é permitido ser eleito por mais de dois mandatos, seguidos ou não. E para um Nobel da Paz, que não poderá mais exercer o papel de presidente, seria esperado algumas mudanças nas relações com Cuba.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Querido Comandante...

Abaixo, reproduzo a carta de René, um dos Cinco cubanos que estavam em Miami em missão antiterrorista, enviada a Fidel Castro e Rául.
René foi o primeiro dos Cinco que saiu da prisão, no último dia 7. Apesar de ter que cumprir mais 2 anos de pena nos EUA, no regime de “liberdade assistida”, a liberdade foi motivo de grande euforia.

Segue:

Querido Comandante:

Antes de mais, um abraço, o meu agradecimento, o sentimento de apreço não só por todo o apoio que você tem-nos demonstrado, pela forma como você tem mobilizado não apenas o povo todo e a solidariedade internacional em favor do nosso caso, senão, em primeiro lugar, por ter-nos servido de inspiração, por ter sido o exemplo que seguimos ao longo destes 13 anos e por ter sido para nós uma bandeira que sempre seguiríamos.
Para nós esta missão não é mais do que a continuidade de tudo o que vocês fizeram, daquilo que a sua geração fez pelo povo cubano e pela humanidade.
Para mim é um prazer enorme enviar-lhe esta mensagem, enviar-lhe o abraço temporário, que vai por essa via, porque sei que nos abraçaremos finalmente; apesar das inúmeras tentativas de nossos adversários por impedi-lo, sei que nos daremos esse abraço. Sei que os Cinco retornarão porque você o prometeu e porque tem mobilizado a energia, o melhor da humanidade, a vontade de todos para que isso aconteça.
Para nós é uma grande honra servir à causa que você inspirou no povo de Cuba, ser seus seguidores, seguidores do caminho que você e Raúl abriram, e nunca deixaremos de ser merecedores dessa confiança que vocês depositaram em nós.
Aos dois, a você, Fidel, a Raúl, que agora nos guia nesta nova etapa difícil, complexa, mas gloriosa em que estamos envolvidos para acabar com a dependência econômica que ainda nos ata e que impede que possamos construir a sociedade que queremos, enviou-lhes um abraço de parte dos Cinco, digo-lhes que sempre tivemos confiança em vocês. Quando estávamos sozinhos no beco, quando estávamos incomunicáveis, quando não recebíamos notícias, quando os meus quatro irmãos não sabiam nada de suas famílias porque não se lhes podia dizer, sempre tivemos confiança em vocês, sempre soubemos que vocês não abandonariam os seus filhos, porque sempre soubemos que a Revolução nunca abandonava aqueles que a defendiam. Por isso é que merece ser defendida e por isso é que sempre o faremos.
E embora não tenha a certeza de que mereçamos todas as honras que nos foram feitas, sim posso dizer-lhe que dedicaremos o resto das nossas vidas a merecê-lo, porque vocês inspiram-nos, porque vocês são a bandeira que nos ensinou como comportar-nos e até o fim dos nossos dias tentaremos ser merecedores da confiança que vocês depositaram em nós.
Para mim agora isto é uma trincheira na qual continuarei no mesmo combate ao qual vocês me convocaram e vou até o fim, até que impere a justiça, a cumprir suas ordens, a fazer aquilo que seja preciso fazer.

E digo a Fidel e a Raúl: Comandantes, os dois, ordenem!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Novos Consumidores na mira

A matéria publicada no sitio de CartaCapital “Pequenos Consumidores” discuti sobre um tema já mencionado neste blog, a publicidade para crianças. Mais uma vez começo deixando clara minha opinião: sou contra. E pretendo, com mais esse texto, embasar mais o que acredito ser uma afronta contra aqueles que serão o futuro do país.


A mídia está cada vez mais presente, cada vez mais próxima dos “360 graus”. Tv, rádio, internet, jogos, tudo isso em constante crescimento, não só em tempo dedicado a cada um deles mais no uso simultâneo dos mesmos. Hoje se escuta rádio enquanto está no computador, ou assiste TV enquanto lê um gibi, por exemplo.
No Brasil, mesmo com o advento da internet, a televisão ainda é o grande meio que influencia no consumo. Segundo a matéria da CartaCapital, “A criança brasileira é uma das campeãs mundiais no tempo médio diário que assiste à tevê. De acordo com levantamento do Ibope feito com jovens de 4 a 11 anos, das classes A, B e C, ela passa quatro horas e 54 minutos diante da tela. Em áreas de maior vulnerabilidade social e econômica, o tempo médio chega a espantosas nove horas por dia. Um tempo de consumo que ultrapassa o período médio que passa no ambiente escolar: cerca de três horas e 15 minutos, segundo estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas em 2009”
O grande problema, que foi se “aperfeiçoando” com o passar do tempo, é que a televisão não exerce o papel exclusivo de entreter, mas também de educar. E educa errado. A TV incentiva o consumo irresponsável, sem qualquer reflexão. Segundo a mesma matéria “O mercado enxergou no abandono das crianças diante das telas uma grande chance de aumentar seus lucros e passou a criar uma série de programações e produtos feitos sob medida. Foi também nesse contexto que a publicidade dirigida às crianças entrou em cena com força total e passou a endereçar ao público infantil mensagens de apelo ao consumo de produtos voltados tanto a crianças quanto a adultos”
De acordo com pesquisa da InterSciense, as crianças influenciam até 80% das decisões de compras de uma família. As vitrines coloridas, músicas, produtos e embalagens, tudo contribui para chamar a atenção dos consumidores mirins. A questão é que, até os 12 anos de idade, as crianças “ainda não tem a capacidade crítica e de abstração de pensamento formada para compreensão total do discurso persuasivo dos apelos para o consumo”

Para terminar, alguns dados divulgados na matéria:

Dados como os mais recentes da pesquisa de Orçamento Familiar POF/IBGE de 2008/2009 nos chocam ao mostrar que 33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e 15% obesas por causa da ingestão descontrolada de alimentos ultraprocessados. Ou o de que o acesso rápido ao consumo, independência e prestígio são os principais motivadores de delitos entre os/as internos/as da Fundação Casa, indicou pesquisa sobre o perfil realizado em 2006. Em relação ao consumo precoce de álcool, estudo da Fapesp de 2009 mostrou que 62% dos adolescentes afirmaram ter sido expostos quase todos os dias, até mais de uma vez, a publicidades de bebidas alcoólicas. Não é coincidência que a idade na qual se inicia o consumo regular de bebidas alcoólicas no Brasil esteja entre 12 e 14 anos

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Para além do humor


Em 1969 surge o Pasquim, um semanário brasileiro que lutou contra a censura da ditadura militar. Entre os que colaboraram para o tablóide estão nomes como Ziraldo, Millôr, Paulo Francis, Chico Buarque e Henfil.
A proposta do Pasquim era criticar o governo, o que resultou, muitas vezes, na censura. E foi no Pasquim, em meio ao governo militar, que Henfil se destaca por suas tirinhas cheias de humor e criticas ao governo.
Alguns dos principais personagens do Henfil:

Graúna, Bode Orelana e Zeferino
Os três personagens são usados para representar a disparidade entre os extremos do país (Norte e Sul)
Zeferino - típico sertanejo, com um visual que lembrava um cangaceiro.
Bode Francisco Orelana - representava o intelectual acomodado, que “devorava” livros, mas nunca tinha atitude.
Graúna - seu personagem de maior sucesso. Uma ave miúda, ingênua e otimista, era em cima dela que estava a maior parte da crítica contundente da charge.

Os Fradins
São dois frades dominicanos. Um alto e outro magro, ingênuo e alienado. Os frades Cumprido e Baixim são dois opostos que se complementam.
Cumprido – temente, submisso e inocente. Simboliza a hipocrisia da sociedade. Sempre passivo frente às atrocidades da sociedade.
Baixim – não teme a nada nem ninguém, é sarcástico. É a realidade extremada, sem qualquer hipocrisia, mas sem boa vontade de mudar.

Ubaldo, o paranóico
Foi criado numa parceria entre Henfil e Tárik (critico musical), uma semana depois do assassinato de Wladimir Herzog.
O personagem personifica o medo de uma nova ditadura, já que nesse momento se fala de abertura política. Tinha o estereótipo do jovem engajado, cabelos longos e barba, que, enquanto comemorava a abertura política, sentia o medo da repressão.

Não é só humor...
Os traços dos personagens criados por Henfil são simples. Nada de muitos detalhes e cores, quanto muito um cenário para contextualizar, mas nem sempre. O que pode ser encarado como uma decisão política, já que nessa época fomos bombardeados com os quadrinhos importados de super-heróis. Era seu diferencial, sua marca.
Mesmo antigos, os quadrinhos de Henfil não somente apresentam sua importância na história da repressão, mas se põe atual.
O propósito desse texto é começar uma série de postagens das consagradas tirinhas do Henfil. Semanalmente serão postas. É uma tentativa não só de resgatar a importância histórica que os quadrinhos representam, mas também relembrar a resistência durante a ditadura brasileira.

Para começar...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

“Os da Casa Grande estão irritados”


Não leio Estadão, não leio a Folha, muito menos a Veja, nem nenhum outro veículo governado pela “casa grande” que ainda habita o Brasil. Essa elite frustrada me cansa. São papagaios do imperialismo, repetem tudo sem questionamento.
Mas hoje, com a saída aclamada de René Gonzáles, resolvi ver o que a mídia golpista andou falando. O que, no final das contas, soou como uma constatação.
Peguei o Estadão como exemplo, mas, se tiverem tempo e paciência para as asneiras, irão constatar que nos outros veículos ocorreu o mesmo. (lembrando: são papagaios do imperialismo)
A matéria completa está aqui 

Vou me prender a alguns pontos importantes que servem de comprovação da parcialidade e trazem os pensamentos da elite reacionária.

Logo no primeiro parágrafo lê-se: “Um espião cubano condenado de se infiltrar em uma organização de exilados cubanos na Flórida...” não falam o nome da organização e muito menos seu propósito. Embora todos saibam que o objetivo dessas organizações eram promover atos terroristas contra Cuba.
No penúltimo parágrafo o ponto máximo “Havana argumenta que González e seus companheiros agentes -- os outros quarto ainda cumprem sentença -- estavam trabalhando disfarçados na Flórida para acabar com ataques "terroristas" a Cuba por exilados cubanos linha-dura anticomunistas.” Por que “terroristas” aparecem entre aspas? Não me lembro de nenhuma notícia, depois dos atentados de 11 de setembro, em que aparece “terroristas” entre aspas...
São Terroristas sim! Ou colocar bombas em hotéis, bares e restaurantes não é ação típica de terrorista? Ou invadir espaço aéreo sem permissão ou promover seqüestro de aviões? Pois é, parece que “terroristas” são aqueles que atacam os ianques e seus aliados.
E a grande parte da mídia brasileira reproduz esse imperialismo sem nenhum pudor ou constrangimento...
Para finalizar, reproduzo a fala do jornalista argentino Martin Granovsky, que escreveu sobre os jornalistas brasileiros que questionavam, indignados, o diploma recebido por Lula na Sciences Po:

“Em meio a esta discussão, Lula chegará à França. Convém que saiba que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula, silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados.”

Esse é o retrato da elite brasileira, que ainda tem o controle da informação e tenta, às vezes com sucesso às vezes sem, impor seu pensamento para o povo brasileiro.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

René, um dos cinco heróis cubanos, será libertado

Via CubaDebate

Familiares e amigos do mundo inteiro esperam a libertação, prevista para amanhã, de um dos cinco antiterroristas cubanos presos nos Estados Unidos e exigem seu regresso à nação caribenha.
O pai e o irmão de René já estão em território norte-americano, enquanto suas duas filhas partirão logo para lá, segundo confirmou ontem sua mãe, Irma Sehwerert, que aguarda a emissão de visto para viajar ao encontro de seu primogênito.
René sairá da prisão mas será obrigado a permanecer nos Estados Unidos para cumprir três anos de liberdade condicional, segundo estabelecido por sua sentença há quase 10 anos.
A juíza Joan Lenard, do Distrito Sul da Flórida, recusou no dia 16 de setembro a moção apresentada pelo antiterrorista, na qual solicita viajar a Cuba e residir aqui em vez de cumprir uma condenação considerada por juristas como um castigo adicional.
Na opinião do advogado Richard Klugh, negar a René o direito de reunir-se com sua família após cumprir o encarceramento é uma “decisão sem precedentes” na história estadunidense.
Para Gloria la Riva, coordenadora do estadunidense Comitê Nacional para a Liberdade dos Cinco, como são conhecidos René, Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino, a partir do dia 7 de outubro conheceremos mais sobre o caso.
A ativista manifestou que a libertação do antiterrorista cubano multiplicará nos Estados Unidos as ações a favor desses lutadores, que foram detidos no dia 12 de setembro de 1998, quando monitoravam as ações de grupos anticubanos radicados na Flórida.
Em um julgamento na cidade de Miami há quase uma década, e apesar da declaração de inocência apoiada pelo depoimento em favor dos Cinco por parte de altos servidores públicos e oficiais norte-americanos, os cubanos foram condenados a sentenças que chegam até a ‘dupla prisão perpétua e mais 15 anos’.Diversas vozes no mundo todo têm alertado sobre o perigo que permanecer em solo estadunidense representa para René, devido à presença, neste território, de terroristas como Luis Posada Carrilles, responsável pela explosão de um avião cubano em 1976, na qual morreram 73 pessoas.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Raul e as Reformas cubanas


Semana passada o governo cubano deu mais um passo nas Reformas do Presidente Raul Castro. Uma das mais esperadas e comemoradas das medidas. O governo publicou um decreto que autoriza a compra e venda de carros em Cuba, após mais de 50 anos proibida.
Uma séria de normas foram estipuladas para esse novo negócio que começará em Cuba, como, por exemplo, que a venda só será permitida para cubanos que ganham em moedas ou pesos conversíveis.
Até esse decreto, os cubanos só podiam comprar e vender os modelos de antes da Revolução, em 1959.
Além dessa medida, o governo também criou o mercado imobiliário legal, que escrevi nesse mesmo Blog, Aqui. 
As medidas, como já destaquei, não simbolizam um retrocesso ao sistema capitalista neoliberal, mas um fortalecimento e aprimoramento do sistema socialista, vigente na Ilha desde 1959, com a queda do ditador Batista.

Uma luz nas trevas do capitalismo.

Não imaginava publicar algum dia nesse blog, um documento claramente anticapitalista vindo dos nossos primos do norte. O movimento "Occupy Wall Street", que se coloca contra as doutrinas neoliberais, vem ganhando força e espaço na grande mídia golpista, que até então tentava ocultá-lo.

Abaixo o comunicado traduzido.

Primeiro Comunicado Oficial do Occupy Wall Street

Este comunicado foi votado unanimemente pelos membros do Ocupar Wall Street, por volta das 20:00 do dia 29 de setembro. É nosso primeiro documento oficial. Temos outros três em preparação, que provavelmente serão lançados nos próximos dias: 1) uma declaração de demandas do movimento; 2) princípios de solidariedade; 3) documentação sobre como formar o seu próprio Grupo de Ocupação de Democracia Direta.
Este é um documento vivo. Você pode receber uma cópia oficial da última versão pelo e-mail c2anycga@gmail.com.
Ao nos reunirmos em solidariedade para expressar um sentimento de injustiça massiva, não devemos perder de vista aquilo que nos reuniu. Escrevemos para que todas as pessoas que se sentem atingidas pelas forças corporativas do mundo saibam que somos suas aliadas.
Unidos como povo, reconhecemos a realidade: que o futuro da raça humana exige a cooperação de seus membros; que nosso sistema deve proteger nossos direitos e que, ante a corrupção desse sistema, resta aos indivíduos a proteção de seus próprios direitos e daquElas de seus vizinhos; que um governo democrático deriva seu justo poder do povo, mas as corporações não pedem permissão para extrair riqueza do povo e da Terra; e que nenhuma democracia real é atingível quando o processo é determinado pelo poder econômico. Nós nos aproximamos de vocês num momento em que as corporações, que colocam o lucro antes das pessoas, o interesse próprio antes da justiça, e a opressão antes da igualdade, controlam nosso governo. Nós nos reunimos aqui, pacificamente, em asssembleia, como é de direito nosso, para tornar esses fatos públicos.

Elas tomaram nossas casas através de um processo de liquidação ilegal, apesar de que não eram donos da hipoteca original.
Elas receberam impunemente socorro financeiro tirado dos contribuintes, e continuam dando bônus exorbitantes a seus executivos.
Elas perpetuaram a desigualdade e a discriminação no local de trabalho, baseados em idade, cor da pele, sexo, identidade de gênero e orientação sexual.
Elas envenenaram a oferta de comida pela negligência e destruíram a agricultura familiar através do monopólio.
Elas lucraram com a tortura, o confinamento e o tratamento cruel de incontáveis animais não-humanos, e deliberadamente escondem essas práticas.
Elas continuamente arrancaram dos empregados o direito de negociar melhores salários e condições de trabalho mais seguras.
Elas mantiveram os estudantes reféns com dezenas de milhares de dólares em dívidas pela educação, que é, em si mesma, um direito humano.
Elas consistentemente terceirizaram o trabalho e usaram essa terceirização como alavanca para cortar salários e assistência médica dos trabalhadores.
Elas influenciaram os tribunais para que tivessem os mesmos direitos que os seres humanos, sem qualquer das culpabilidades ou responsabilidades.
Elas gastaram milhões de dólares com equipes de advogados para encontrar formas de escapar de seus contratos de seguros de saúde.
Elas venderam nossa privacidade como se fosse mercadoria.
Elas usaram o exército e a polícia para impedir a liberdade de imprensa.
Elas deliberadamente se recusaram a recolher produtos danificados que ameaçavam as vidas das pessoas, tudo em nome do lucro.
Elas determinaram a política econômica, apesar dos fracassos catastróficos que essas políticas produziram e continuam a produzir.
Elas doaram enormes quantidades de dinheiro a políticos cuja obrigação era regulá-las.
Elas continuam a bloquear formas alternativas de energia para nos manter dependentes do petróleo.
Elas continuam a bloquear formas genéricas de remédios que poderiam salvar vidas das pessoas para proteger investimentos que já deram lucros substanciais.
Elas deliberadamente esconderam vazamentos de petróleo, acidentes, arquivos falsificados e ingredientes inativos, tudo na busca do lucro.
Elas deliberadamente mantiveram as pessoas malinformadas e medrosas através de seu controle da mídia.
Elas aceitaram contratos privados para assassinar prisioneiros mesmo quando confrontadas com dúvidas sérias acerca de sua culpa.
Elas perpetuaram o colonialismo dentro e fora do país.
Elas participaram da tortura e do assassinato de civis inocentes em outros países.
Elas continuam a criar armas de destruição em massa para receber contratos do governo.

Para os povos do mundo,

Nós, a Assembleia Geral de Nova York que ocupa Wall Street na Praça Liberdade, os convocamos a que façam valer o seu poder.
Exercitem o seu direito a assembleias pacíficas; ocupem os espaços públicos; criem um processo que lide com os problemas que enfrentamos; e gerem soluções acessíveis a todos.
A todas as comunidades que formem grupos e ajam no espírito da democracia direta, nós oferecemos apoio, documentação e todos os recursos que temos.
Juntem-se a nós e façam com que suas vozes sejam ouvidas.
Estas demandas não são exaustivas.

Para ver algumas fotos da manifestação, aqui