segunda-feira, 28 de maio de 2012

Carta de Salvador de todos os povos e lutas


Nós, representantes de 19 organizações de solidariedade, de 39 movimentos sociais e partidos políticos de todos os Estados brasileiros, além do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Cuba, reunidos entre os dias 24 e 26 de maio, em Salvador, a mais cubana de todas as cidades brasileiras, na Bahia de todos os povos e lutas, na 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, reafirmamos a solidariedade do povo brasileiro ao povo cubano e sua Revolução.
A irmandade e a solidariedade entre nossos povos são de longa data. São próprias da formação destas duas nações. Nossa identidade é cultural, está presente no legado ancestral e no sincretismo das religiões de ascendência africana, na forma de ver o mundo e enfrentar as dificuldades, está presente nas lutas contra as injustiças, e pelo ideário de que a unidade da América Latina é nosso destino.
Celebramos neste histórico encontro o compromisso solidário e incondicional com o povo cubano e sua Revolução, que iniciou o processo de desenvolvimento social de caráter autônomo e soberano naquele país – a epopeia iniciada em janeiro de 1959, com a qual o povo cubano tem superado seus próprios limites, criando as bases de uma nova sociedade, mais justa e fraterna, adquirindo moral e autonomia perante o mundo inteiro para resistir aos assanhamentos do império estadunidense, raivosos vizinhos do norte.
Ao longo destas cinco décadas, o povo cubano tem sido exemplo de vida e heroísmo para os povos ao redor do mundo. A Revolução herdou um país pobre, socialmente injusto, ferido por anos de ditadura apoiada pelos Estados Unidos. Em poucos anos o povo cubano, liderado por Fidel Castro, transformou Cuba numa nação livre, soberana, socialmente desenvolvida, com índices de alfabetização, expectativa de vida, mortalidade infantil e nível cultural comparáveis aos dos países mais desenvolvidos.
Hoje, a 53 anos da vitória de janeiro de 1959, a política de isolamento dos EUA imposta a Cuba foi derrotada. Hoje, apesar das hostilidades estadunidenses, Cuba está plenamente integrada e ativa nos principais processos de integração que se desenvolvem na região, com destaque para a Alba e a Celac, e mantém frutíferos intercâmbios com a Unasul e o Mercosul. Constatamos com satisfação que, na última Cúpula das Américas, quem ficou isolado foram os EUA, país cujo governo continua aplicando políticas hostis à Ilha.
Dentro deste contexto denunciamos o perverso e criminoso bloqueio econômico que já custou mais de US$ 950 bilhões à economia cubana. Este ato ilegal perpetrado pelos EUA é a cada ano mais repudiado na Assembleia das Nações Unidas. Repudiamos as tentativas de grupos da máfia de Miami, de inibir as relações comerciais entre Brasil e Cuba.
Repudiamos as ações de terrorismo de Estado perpetradas pelos EUA contra o povo cubano. Elas vão de sabotagem por meio de ataques bacteriológicos ao rebanho suíno e à agricultura, até o apoio ostensivo a grupos paramilitares e terroristas sediados em Miami que ceifaram milhares de vidas inocentes. Entre essas ações se inclui o abominável crime cometido contra o avião civil cubano em Barbados.
Reiteramos uma vez mais nossa solidariedade com os cinco heróis cubanos, cuja missão foi impedir que atos terroristas como o de Barbados continuassem ocorrendo.
Por isto, exigimos a sua imediata liberdade. Comprometemo-nos a difundir por todos os meios a nosso alcance a causa dos cinco. De igual modo, nos somamos ao conjunto das ações organizadas internacionalmente por sua libertação.
Somamos nossas vozes às de todos os democratas do mundo exigindo o fechamento da base de Guantânamo e que cessem imediatamente as violações aos direitos humanos ali praticadas contra presos indefesos. Quem viola os direitos humanos são os Estados Unidos e não Cuba.
Condenamos as campanhas midiáticas contra Cuba, assim como o bloqueio genocida aplicado contra seu povo por parte do imperialismo estadunidense.
Comprometemo-nos a romper os muros do silêncio, desmascarar as mentiras, e a promover a verdadeira realidade cubana e suas enormes conquistas de humanismo, que se expressam entre outras coisas na política internacionalista de seu povo e governo ao ajudar os mais necessitados deste mundo.
Ratificamos o compromisso de divulgar com objetividade o processo de atualização do modelo econômico socialista de Cuba, implementado por seu governo e com apoio de seu povo. Confiamos plenamente na capacidade deste e da direção da Revolução para atingir estas novas conquistas.
Felicitamos o povo cubano que, não obstante as dificuldades decorrentes do bloqueio, jamais negou sua mão solidária aos povos do mundo, seja com o envio de profissionais de alta competência em missões humanitárias nos mais longínquos e remotos pontos do globo, seja com a formação acadêmica de milhares de jovens dos países mais pobres.
Chegamos ao final desta 20ª Convenção após ter realizado atividades em 22 Estados do país, fortalecendo a corrente da solidariedade a Cuba e sua Revolução.

Este processo demonstrou:

1 - Que nas atuais condições de nosso país é possível ampliar o aporte do movimento de solidariedade ao incremento das relações bilaterais entre Brasil e Cuba.

2 - Que o movimento de solidariedade hoje está em condições de dar um salto de qualidade, com novos atores, com mais maturidade, renovada vontade de trabalho coletivo e o mesmo espírito unitário e solidário de sempre.

3 - Que é possível e necessário que em nossos 27 estados o espírito solidário brasileiro dê novas mostras de compromisso com a defesa da Revolução cubana e de seu povo, impulsionando ações pela libertação dos cinco heróis e contra o bloqueio.

Eles são apenas 1%. Somos milhões e estamos com Cuba!

Em defesa da autodeterminação, da integração latino-americana e caribenha e da paz!

Viva a amizade e a solidariedade entre o Brasil e Cuba!

Viva a irmandade entre nossos povos!

Fim ao bloqueio e libertação dos cinco heróis já!


Salvador, Bahia, 26 de maio de 2012

A 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O que é ser Fidel Castro?


Pense no que é, e principalmente foi, ser Fidel Castro...
Cuba esteve no centro da Guerra Fria, acompanhou e sofreu de perto cada investida dos blocos capitalistas e socialistas.
A Ilha era a “menina dos olhos” da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Era o exemplo que deu certo, a porta de entrada para a América, no território do inimigo.
A Revolução Cubana foi uma revolta popular, do povo e para o povo. Quando a URSS resolve “financiar” Cuba, em 1961, o país já contava com um dos menores índices de analfabetismo do continente americano, uma Reforma Agrária avançada e um sistema médico já bem mais avançado que poucos anos antes. Ou seja, a Ilha era o exemplo ideal para a União Soviética, e melhor ainda, no quintal dos Estrados Unidos.
Então, pense no que foi ser Fidel Castro.
Acompanhar essa Guerra de perto, servir de exemplo, treinar militantes para revoltas em outros países, abrigar fugitivos de ditaduras, ficar em constante alerta sobre ataques que a qualquer momento poderiam acontecer, ter a poucos quilômetros de distancia seu maior inimigo.
Em 1961, quando Cuba foi invadida por cubanos dissidentes, financiados pelo governo americano, Fidel não hesitou em ir para a frente de batalha. Mesmo sendo presidente do país e sabendo do risco eminente que corria ele lutou ao lado do exército Rebelde. 
O mundo esteve a beira de uma guerra nuclear em 1962 depois da instalação de mísseis soviéticos na ilha de Castro, a “Crise dos mísseis”. O mundo sentiu a tensão daquele momento, mas não tanto quanto os cubanos.
Fidel foi a pessoa que mais sofreu tentativas de assassinato, ao todo 638, a maioria planejados pela CIA. E pense em quantos presidentes, inclusive alguns que tentaram assassiná-lo, ele enterrou.
Depois de sofrer o acidente em cerimônia realizada em Santa Clara, em 2004, e quebrado um braço e uma perna, Fidel se recusou a tomar anestesia geral para não perder a consciência e continuar tratando de seus afazeres. Mesmo na ambulância, no caminho ao hospital, o líder cubano realizou algumas ligações. O quarto virou seu escritório enquanto esteve internado, segundo suas próprias palavras: "Não parei de cumprir as tarefas pelas quais sou responsável, em coordenação com outros camaradas".
Depois de ter alta Fidel pegou sua arma, que anda sempre em sua cintura, desmontou e montou, para certificar que seu braço ainda estava apto para isso.
Cuba passa por um bloqueio econômico a mais de 50 anos e Fidel soube driblar e, de um jeito ou de outro, compensar os males dessa ação criminosa dos EUA.
Eram frequentes os ataques terroristas vindos de Miami, onde está a Little Havana, bairro de dissidentes cubanos que almejam tomar o poder de Cuba para voltar os cassinos, prostituição e tráfico, atividades comuns antes da Revolução. Não foram poucos os atentados contra Cuba.
Os constantes ataques midiáticos que o país sofre diariamente também deixaram de surpreender, dado a frequência com que acontecem. E como Cuba reage? Mandando médicos voluntários para outros países, desenvolvendo tecnologia, dentro do possível, remédios, exportando conhecimento.
Fidel, pra mim, é a pessoa mais influente do nosso século.
Fidel nunca abandonou a roupa de guerra, nunca parou de lutar.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Salvador Allende


Não lembro de ter escrito sobre. Talvez citado vez ou outra, mas nunca um texto sobre ele. Talvez por uma “proximidade” maior com o assunto Cuba, que me desperta curiosidade e admiração, acabou ficando em segundo plano.
Aqui na América Latina já passaram grandes lideranças. Nomes que ficarão para sempre na mente das pessoas, sempre como referências. Mas alguns se destacam, entre eles,  Salvador Allende.
Ele foi uma das figuras mais importantes da América Latina e sem dúvida entrou na história como um dos melhores presidentes do Chile.
Allende foi eleito presidente em 1970, representando a Unidade Popular, junção de várias forças de esquerda.
O governo de Salvador pretendia “construir uma sociedade socialista em liberdade, pluralismo e democracia”, como meio para essa sociedade o governo visava a nacionalização da economia, melhor condições para os trabalhadores e a Reforma Agrária.
Como era de se esperar, em plena Guerra Fria, o governo de Allende não foi bem visto pelo primo norte americano, que começou a boicotar o país. Além da política socialista, o governo de Salvador, como era de se esperar, se aproximou de governos de esquerda, inclusive do seu amigo Fidel Castro. No quintal dos EUA, Cuba já era uma afronta, eles não iriam tolerar mais nada parecido...
Então, com o apoio imperialista, as Forças Armadas, até então sem grandes participações políticas no país, derrubaram o governo socialista através de um golpe, em Setembro de 73.
Numa operação comandada por Augusto Pinochet o Golpe começou dia 11 de setembro, com um levante da Marinha.
Aos 65 anos, Allende recusou entregar seu posto aos militares. Como último e único ato possível naquele momento, visto que era inevitável o golpe, Salvador Allende se suicida com um tiro de AK-47, presente de seu amigo Fidel Castro, que trazia os dizeres "A Salvador, de seu companheiro de armas, Fidel Castro". Assim, Allende se torna a primeira vítima da ditadura chilena, uma das mais perversas de toda a América Latina, que durou 17 anos e deixou, no mínimo, três mil mortos e desaparecidos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A greve, os conservadores e os verdadeiros culpados.


O direito a greve foi conquistado e deve ser assegurado.
Com a paralisação dos trens e metrôs um ódio adormecido nos conservadores despertou. Tudo parece ser culpa dos trabalhadores da CPTM. As críticas, ao menos as que ouvi, se dirigiam aos trabalhadores. Mas quem realmente está errado?
Se os trabalhadores do metrô e trens pararam é por lutar por melhorias, não só pra eles, mas pelos usuários do transporte, nós. A greve é justa e o grande culpado é o governo do estado de São Paulo, representado pelo excelentíssimo governador Geraldo Alckimin.
Que as manifestações de revolta sejam contra o governo e não contra os trabalhadores ou sindicalistas que optaram pela greve.
A luta também é nossa!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Eleição de Lula: um marco na história brasileira


Quando o assunto é política e o nome do Lula aparece, costumo dizer que, se ele, assim que eleito, partisse para uma viagem de quatro anos, sua eleição já seria, por si só, um marco na história brasileira.
A figura de Lula tem uma importância que muitas vezes passa despercebida por grande parte da população. Como falei, não estou aqui defendendo os oito anos de governo, mas sim o fato de ter sido eleito.
Basta olhar para o passado e traçar um histórico de todos nossos presidentes. A escolha partiu sempre de uma minoria que influenciou a maioria. Após o regime militar, mais de 20 anos de regime autoritário, o povo esqueceu que tinha voz, que tinha opinião. É só olhar os presidentes Collor e Fernando Henrique, dois “engravatados” que traziam em sua imagem, de intelectual da elite, a melhor opção para o Brasil.
O próprio Lula, em uma de suas falas, que tive o prazer de presenciar, disse que uma de suas maiores dificuldades era convencer o eleitor de votar em alguém como ele, um trabalhador. O povo não se achava merecedor...
Mas em 2002, finalmente, conseguiu se eleger. Depois de muito tentar, Luiz Inácio foi presidente do país, o povo votou e elegeu o ex-metalúrgico, líder sindical e retirante nordestino.
Aproveitando o gancho, uma breve história sobre a palestra deLázaro Cárdenas, cônsul cubano, que assisti no sindicato dos jornalistas, em São Paulo.
Na ocasião o cônsul disse que em Cuba a impressão é que agora tínhamos um comandante. Fazendo referencia a Fidel Castro, que mesmo com toda a campanha midiática contrária, se vale do carinho da grande maioria dos cubanos... Não foi um comandante como Fidel, que tinha essa imagem por conta da guerrilha, onde realmente era o comandante das tropas, mas a relação se deu enquanto a proximidade com o povo. Lula foi o grande comandante dos trabalhadores desde as greves do ABC.

Por isso volto a afirmar, sua eleição é um marco, um dos maiores do país e, sem dúvida, o maior depois da volta à democracia. Ainda acho que daqui uns anos, arrisco dizer uns dez, Lula será considerado um dos maiores presidentes do Brasil, mesmo sabendo que boa parte da população já divide comigo essa opinião...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um pouco do que aconteceu na convenção de solidariedade a Cuba


Em frente a mesa uma bandeira de Cuba, no final do auditório o rosto dos cinco heróis cubanos presos nos EUA.
Infelizmente, o público não era grande, como já esperava. Barba era quase que obrigatório, a boina é que não se mostra mais como item essencial. Os assuntos dos corredores, antes do início, são os mesmos de convenções como essa: política, sociologia, literatura, que acabam compondo o ambiente.
De fundo, antes de começar, clássicos cubanos tocam, alternando com hinos de países latinos. A música brasileira ficou por conta de Paulinho da Viola e Chico Buarque.
Com uma hora de atraso, começa a convenção, presidida pelo deputado Adriano Diogo.
Para início, o hino do Brasil. Logo depois o hino de Cuba, e para minha surpresa, A Internacional, com um coro geral e braços erguidos.
O primeiro a falar foi Lázaro Cárdenas, cônsul cubano, que começou com referencias a José Martí.
Ele destacou o bloqueio criminoso que a mais de meio século é imposto a Cuba. Disse que em seu país eles não têm muito, mas “nunca deixamos de compartilhar o que temos”. Lázaro falou também da exclusão de Cuba da cúpula das Américas.
Sobre as mudanças que estão ocorrendo em seu país, ele deixou claro que o que está acontecendo é uma atualização do sistema econômico e não da política.
Terminou sua fala afirmando que “um mundo melhor é possível”
Após seu pronunciamento o grupo de música Canto Livre se apresentou, que segundo seus integrantes, é uma resistência latina frente ao imperialismo através da arte.
O deputado estadual Simão Pedro destacou a importância do escritor Fernando Morais na “popularização da Revolução Cubana”. Falou também o “Alemão”, representante do PC do B, que tratou Cuba como exemplo no combate ao imperialismo, e falou da importância da reeleição de Hugo Chavez na Venezuela.
Falou também Elza Lobo, Idibal Pivetta e Paulinho (Ribeirão Preto).
A importância de Cuba para os militantes brasileiros durante a ditadura, tanto pelo treinamento de guerrilha quanto pela recepção, foi destacada tanto pela Elza como pelo Pivetta. Já Paulinho, que foi interrompido diversas vezes por aplausos efusivos por conta de sua fala, destacou o exemplo que Cuba dá ao mundo. Falou dos 55 mil cubanos voluntários que foram para Angola lutar na guerrilha. Falou também da ação internacionalista que até hoje é marca registrada da Ilha.
No final de sua fala, sugeriu um boicote às empresas brasileiras, ou com fábrica aqui no Brasil, que aderiram ao bloqueio. Ele citou duas, a Dell e a CVC.
O evento terminou com a carta oficial da Convenção Paulista de Solidariedade e mais duas músicas do Canto Livre. A última música foi o clássico Guantanamera, com todos cantando de pé e alternando o refrão com gritos de “Fidel, Fidel” e “Cuba Socialista”

“Hasta la victoria, siempre”

quarta-feira, 9 de maio de 2012

#CivitanaCPI


Enquete que saiu no Blog Conversa Afiada

O que o Robert(o) vai dizer na CPI?

I don 't speak Portuguese
Eu ainda derrubo o Lula
Quem manda é o Policarpo
Daniel Dantas é brilhante !
Sempre conversei com bandido
Murdoch sou eu !
Também sou quatrocentão
Se o Merval falou tá falado
O Lula tem conta na Suíça
Eu e o Serra, é assim ... ó
Quem anuncia na Veja sabe o que está comprando
Se eu pego esse Mino ...
O áudio tem grampo
Já caí fora da Abril faz tempo
Demóstenes para o Supremo !
Ah, se o meu pai me visse !

O momento é de crise


Publicado originalmente no blog Uma casca de noz

O Partido Neonazista Chryssi Avghi (Amanhecer Dourado) conseguiu uma vaga no Parlamento grego.
O espaço aparece num momento critico da economia europeia, e no caso, em especial da economia grega. O país se afunda em crise e a população não vê alternativa quanto a política atual.
A ideia xenófoba ganhou adeptos e a postura “linha dura” contra a crise já se apresenta como opção para alguns gregos.

É inevitável as comparações com os grandes ditadores, em especial de Adolf Hitler, já que falamos de um neonazismo. Agora, me permito pensar: até que ponto essa “liberdade partidária” ou liberdade de expressão, como preferirem, deve ser aceitável?

Segundo Caio Prado Jr., no seu livro “O que é liberdade”, no atual sistema neoliberal nossa liberdade se limita em relação a liberdade do outro, ou seja, sou livre até o ponto onde não prejudico sua liberdade, claro que isso tem falhas como destacado no trecho do livro: “Esquecem-se contudo no argumento, ou fingem esquecer, o outro lado da liberdade de cada indivíduo, e que é “liberdade” dos outros que a contrabalança; e que se tem por titular um indivíduo desproporcionalmente mais forte (situação que é da essência de uma sociedade em que ombreiam possuidores e não possuidores) pode anulá-la por completo, e de fato a anula.”. Mas não é esse o ponto central do texto.
O importante aqui é discutir até que ponto se justifica a liberdade desse partido. Não posso simplesmente fazer referencia a um dos piores momentos da nossa história (Nazismo) sem que nada seja feito.
Aqui não estamos mais falando de direita ou esquerda, mas de xenofobia, de racismo e todas outras violações dos direitos humanos. A história vem para provar que momentos como esses, de crise, são delicados e tem força para despertar preconceitos e ações extremistas.
Permitir que partidos como esse surjam é se permitir cometer os erros passados.
O momento é de crise, precisamos ficar atentos!

“Quem se queixa do presente e teme o futuro, corre o risco de se refugiar no passado – onde se abrigam os fantasmas de Hitler e Mussolini”  Frei Betto.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Uma elite metida a besta, é isso que temos.


Hábitos de compras toscos. Shoppings, lojas e galerias que surgem a cada dia para dar opções às compras das madames. Para alguns menos avisados, isso pode soar como desenvolvimento, vejam vocês, agora temos a loja de tal marca que até ontem só tinha no exterior. Que progresso!

Temos um povo que trabalha muito e luta para ter um pouco. Nosso governo, não tiro o mérito e a grande importância que tem, vem ajudando na diminuição dessa desigualdade. Mas não podemos esquecer da enorme lacuna que separa as classes sociais aqui no Brasil.
Nossa política e a mídia (não só, mas principalmente) estão nas mãos desse seleto grupo de senhores que não farão absolutamente nada para mudar essa realidade, afinal de contas, do que servirá ter um desses carrões que lançam todos os anos, se todos tiverem? Ou, imaginem só, levar para frente a discussão sobre educação e lutar para melhorá-la. Se assim fizerem, correm o risco de perderem seus eleitores e sua audiência...
Nossa classe B já se irrita com esses novos consumidores que surgiram nos últimos anos. Eles não conseguem entender como é possível que hoje eles tenham que dividir as lojas dos shoppings, os cinemas ou os lugares nos aviões. Não conseguem pensar por qualquer lado que não seja estarem perdendo seu “diferencial”.
 
Um país em que a elite manda e desmanda, mas uma elite burra. Que acha que faz muito em se sensibilizar com as crianças que passam fome na África, mas finge não enxergar, quando, dentro dos seus carros, passam por uma criança pedindo ajuda no farol. Fechados em suas casas, ligam na novela da Globo e acham que ali conhecerão o país que vivem e que julgam participar.