quarta-feira, 7 de julho de 2010

Democracia.

Há algumas semanas a revista Veja perguntou ao candidato à presidência da republica José Serra, se era “positivo” para “a democracia brasileira” experimentar “uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula”.
Primeiro, não faz sentido uma pergunta dessa ser feita para um candidato interessado nessa alternância. Alguém imaginou que o Serra diria que era melhor para o Brasil a continuidade do governo, ou alguma outra resposta a não ser o “sim, eu acho importante a alternância de poder”?
Vindo de quem veio, a pergunta, nada tendenciosa, era previsível.
A quem acredite que a alternância de poder é importante, pois ressalta outros pontos de vista, a discussão de novas agendas e novas idéias. O que pode ser verdade, mas isso não deve ser encarado como uma condição à democracia.
A democracia não está e nunca esteve atrelada a ideia de alternância de poder, pouco importa para a democracia a escolha a ser feita. Pouco importa querer mudar ou continuar. O que torna uma sociedade democrática é a existência de instituições que assegurem a liberdade real de escolha de cada cidadão.
Se a maioria escolher Dilma, é bom que os defensores da alternância se acostumem, pois isso é democracia, é a vontade da maioria. Até porque, se não fosse assim, era só estipular um período e trocar os governos. De volta ao “café com leite”.

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