sexta-feira, 18 de março de 2011

A Comuna, 140 anos!

Nesse mesmo dia, há 140 anos, aconteceu em Paris a primeira revolução operária da História: a Comuna de Paris.

A Comuna foi um movimento que mostrou o descontentamento da população contra medidas repressivas e não populares por parte do Governo de Defesa Nacional. A revolução durou 72 dias, mas contribui até hoje como reflexão e inspiração.
Em Março de 1871, pela primeira vez, trabalhadores se uniram para lutar contra a classe dominante, reivindicado seus direitos. Os trabalhadores e membros dos setores populares se uniram para formarem uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.
Muito mais que uma vitória política, a Comuna trouxe resultados também nos setores sociais e econômicos. As empresas passaram a ser controladas pelos próprios trabalhadores, foi criado o salário mínimo, proibiu-se o trabalho infantil; móveis, utensílios domésticos e instrumentos de trabalho foram distribuídos aos trabalhadores. Foi uma clara passagem de ‘democracia’ burguesa para uma sociedade popular e operária.
As mulheres também tiveram grande participação na Comuna, que ia contra o machismo da época. Associações feministas criaram cooperativas e atuaram na reforma do ensino, realizaram trabalhos pedagógicos e de saúde. Além de participarem de edição de jornais e panfletos.
Na área da educação também tiveram grandes mudanças. Foi instituído um ensino público (gratuito) e laico. Surgia uma sociedade livre.
Durante 72 dias, todas essas mudanças e melhorias foram vividas pelos trabalhadores de Paris, e despertaram o interesse nos trabalhadores do mundo todo. Pela primeira vez, uma sociedade justa se construía, uma sociedade governada pelo povo e para o povo, era uma experiência socialista quase por se tornar uma verdade, era a esperança.
Claro que, ao mesmo tempo em que essas transformações aconteciam e agradavam os trabalhadores, a classe dominante francesa não gostava nem um pouco da situação. Então, apoiada pelo exercito prussiano, cometeram uma verdadeira atrocidade contra a Comuna, aplicaram a força bruta para a destruição daquela experiência.
Muitos foram mortos, homens, mulheres e crianças. Segundo estudos, “mais de 20 mil foram sumariamente executados. Dez mil conseguiram fugir para o exílio; quatro mil foram deportados para a Argélia, então colônia francesa na África. Entre os 38 mil presos julgados, em janeiro de 1875, 1.054 eram mulheres e 615 eram crianças com menos de 16 anos. Apenas 1.090 (do total de 38 mil) foram liberados depois de interrogatórios. “
Como definiu Lênin, “a memória dos combatentes da Comuna é exaltada não só pelos operários franceses como também pelo proletariado de todo o mundo, pois a Comuna não lutou apenas por um objetivo local ou nacional estreito, mas pela emancipação de toda a humanidade trabalhadora, de todos os humilhados e ofendidos”.
Os ideais que a Comuna pregou estão presentes até hoje, seus valores prevalecem contra as grandes atrocidades e diferenças do nosso sistema. Essas lembranças nos fortalecem no combate contra as desigualdades e injustiças. Por um mundo mais justo.

Esse texto foi baseado no artigo “A Comuna de Paris, uma fulguração na história” de Caio Toledo (Fundador e membro do Centro de Estudos Marxistas (Cemarx), Unicamp; fundador da revista Crítica Marxista)

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