terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Resistência Latino Americana.


Há poucos dias, terminei de ler o livro “de Martí a Fidel – A revolução Cubana e a América Latina” que conta, brilhantemente, a história da revolução cubana e seus reflexos em toda a América Latina. São mais de 800 páginas de histórias de luta pela soberania Latina e contra o imperialismo. É um “manual da resistência” de um país pequeno e pobre que lutou (e ainda luta) contra o país mais poderoso do mundo, que luta contra os ataques diretos e indiretos do imperialismo, que sofre o embargo por mais de 50 anos. É a prova viva da soberania nacional, do patriotismo. O livro conta o quanto Cuba influenciou e influencia em toda a América Latina, quais são as expectativas, os problemas e as possíveis soluções para esse país.
Para ilustrar, ou melhor, resumir o livro, decidi colocar trechos da carta que Fidel Castro escreveu ao então presidente dos EUA George W. Bush, em maio de 2004 e leu a mais de 1.200.000 patriotas cubanos. A carta foi traduzida, mas respeita a original: 

Mr. George W. Bush:

Milhões de cubanos que estão reunidos aqui hoje para marchar frente à sua Repartição de Interesses é apenas uma pequena parte de um povo valente e heróico que estaria aqui conosco, se fosse fisicamente possível.
Sabemos de antemão que você acredita ou quer acreditar  que esses que estão marchando aqui, em sua opinião, são oprimidos que anseiam pela liberdade. Ignora completamente o povo orgulhoso, decente, que tem resistido a 45 anos de bloqueio, hostilidade e agressões da nação mais poderosa da Terra.
(...)
Tudo o que se escreve sobre direitos humanos em seu mundo, e seus aliados que compartilham na pilhagem do planeta, é uma mentira colossal. Bilhões de pessoas vivem com fome, sem comida, remédios, roupas, sapatos, casas, em condições desumanas, sem o menor conhecimento ou informação suficiente para compreender sua tragédia e o mundo em que vivem.
(...)
Você acusa de tirania o sistema econômico e político que levou o povo cubano aos mais altos níveis de conhecimento, alfabetização e cultura entre os países mais desenvolvidos do mundo, que tem reduzido a mortalidade infantil a um índice menor do que os EUA , e cuja à população é prestado serviços de saúde gratuitos, educação e outros de extrema importância social e humana.
(...)
Está a atacar Cuba por razões políticas mesquinhas, para buscar apoio eleitoral de um grupo cada vez menor de renegados e mercenários que não têm princípios éticos. Você não tem direito moral para falar de terrorismo, porque você está rodeado por um bando de assassinos que, por tais atos têm causado a morte de milhares de cubanos. Você não esconde o seu desprezo pela vida humana, porque  não hesitou em ordenar a execução extrajudicial de  pessoas no mundo. Você não tem direito nenhum, exceto a força bruta,  para intervir nos assuntos de Cuba e proclamar a vontade da transição de um sistema para outro, e tomar medidas para cumpri-la.
Não é minha intenção ofendê-lo com estas linhas, eu disse. (...)
Uma vez que você decidiu que a sorte está lançada, tenho o prazer de dizer adeus, como os gladiadores romanos que iam lutar na arena: Ave Cesar, os que vão morrer te saúdam.
Só lamento que eu não poderei sequer ver seu rosto, pois você estará a milhares de quilômetros de distância, e eu estarei na linha de frente, para  morrer lutando em defesa do meu país.

Em nome do povo de Cuba,

Fidel Castro



E é esse o sentimento que o livro transmite. A revolta contra uma nação que se julga superior e impõe seu modo de pensar através desse imperialismo porco e desumano. A América Latina luta, nos mais diversos campos, por essa emancipação definitiva. Já temos o grande exemplo de Cuba, que vivia uma ditadura financiada pelos EUA através do ditador Batista, com índices de desenvolvimento humano péssimos, há poucos quilômetros da Flórida e desafiou o país mais poderoso do mundo e resiste, heroicamente, até hoje.
Agora é a nossa vez, por uma América Latina Livre! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário