quarta-feira, 6 de julho de 2011

Consumo na infância

Dias atrás li um artigo que me levou ao site do Instituto Alana. O Instituto tem um projeto chamado “Projeto Criança e Consumo” que combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças.
O tema que pretendo discutir aqui pode parecer radical, ainda mais por partir de um estudante de Comunicação social com habilitação em Publicidade e Propaganda, mas concordo com o projeto.
É complicado aceitar que num país, ainda desigual como o nosso, que publicitários tentem das mais diversas formas incentivar a compra de produtos destinados a crianças. Em 2006 os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00. Como eu disse, isso parece radical demais, ainda mais pensando como os empresários que fazem esses produtos. A propaganda é um dos melhores meios que eles encontraram de vender.
Mas vamos a uma simulação: Uma criança de 6 anos assiste TV e vê a propaganda de um brinquedo. Por trás desses filmes existe um estudo de cor, sons, imagens, tudo para aguçar ainda mais a vontade da criança, com isso fica inevitável que ela não queira o tal produto. Agora vamos pensar nos pais. As crianças, ainda mais nessa idade, não acompanham as finanças da família (eu não conheço nenhuma, se alguém conhecer algum prodígio me desculpe) então, se seus pais forem “bem” de vida, tudo bem, ela terá o produto, agora, e se não forem?
Você pode pensar, “mas a criança tem que saber ouvir não”, concordo, mas ouvir não uma vez, duas, três, tudo bem, até filhos de pais ricos ouvem, faz parte do aprendizado, mas estamos falando daquela criança que ouvirá isso a infância inteira. Estamos falando de crianças que passarão seus primeiros anos (os mais importantes, onde ela aprenderá praticamente tudo) ouvindo que não podem ter aquele brinquedo que “todas as crianças têm”, ou que não podem comer no restaurante X ou ir ao parque Y. Como eu disse, isso soa radical, mas enquanto não tivermos um país que dê condições para que todos tenham, incentivar o consumo na infância é uma covardia por parte de um sistema que visa somente o lucro e não se preocupa com a integridade daqueles que serão o futuro do nosso país.

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