terça-feira, 21 de junho de 2011

Bacuri, 109 dias de prisão e tortura

109 foi a quantidade de dias que Eduardo Leite, conhecido como Bacuri, ficou sob tortura dos militares brasileiros.

Bacuri foi um dos principais militantes de esquerda no Brasil, ele começou sua militância na Polop, depois ajudou a fundar a Vanguarda Popular Revolucionária, e mais tarde a Rede (rede democrática), todos esses, grupos que lutavam contra a ditadura no Brasil.
A matéria saiu que no Portal Vermelho, conta um pouco da história da mulher de Bacuri, que, mesmo grávida, também foi presa pelos militares e de um livro que sairá sobre o militante.
Após mais de 40 anos de silêncio, Denise Peres, mulher de Bacuri, resolveu falar para a ISTOÉ. Abaixo, trecho da matéria que tenta transmitir, embora seja mínimo perto do real, o que aconteceu na visita de Denise a seu marido:

“Em seguida, os algozes giraram seu corpo várias vezes e só depois retiraram a venda. “Você sabe quem sou?”, perguntou o homem postado diante dela. Denise respondeu que não. “Sou o famoso Fleury”, respondeu o delegado Sérgio Paranhos Fleury, torturador obstinado e com um histórico de morte de prisioneiros sob seus ombros. Ele então apontou uma porta e deu uma ordem: “Seu marido está naquela sala”, disse. “Entra lá porque ele se recusa a comer e falar antes de te ver. Você tem um minuto.” Denise viu o marido, o militante de esquerda Eduardo Leite, conhecido como Bacuri, sentado atrás de uma escrivaninha e com as mãos algemadas em cima da mesa. As lágrimas vieram de imediato. Bacuri tinha hematomas e queimaduras por toda a pele. Tocaram-se as mãos e, quando Denise se levantou para que ele sentisse o bebê na barriga, Fleury entrou: “O minuto acabou”, disse o delegado. Arrancada da sala, Denise pressentiu que aquela seria a última vez que veria o marido, prisioneiro que permaneceu mais tempo sob tortura ininterrupta da ditadura militar – foram intermináveis 109 dias de sofrimento antes de sua execução.”

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