Em mais uma demonstração de conservadorismo, um
representante da igreja católica, o bispo emérito de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga
Bergonzini, disse que os professores com ideias contrárias a da Igreja Católica
não devem lecionar na PUC. De acordo com o bispo, professores favoráveis ao
aborto, com “ideologia homossexual” ou “comunistas” deveriam se desligar da
universidade.
Segundo a presidente da Associação dos Docentes da PUC-SP
(AproPUC), Maria Beatriz Costa Abramides "Sempre lutamos por uma
universidade laica e plural. Temos de defender pesquisa, investigação e
conhecimento voltados para os interesses da população, não ligados a uma
religião.”
Fonte Estadão
Bom, há tempos que demonstro minha opinião em relação a
certas atitudes conservadoras da igreja (aqui não falo somente da católica) e
agora não podia ser diferente.
Fica claro que o objetivo do bispo em questão, que
representa a igreja, é de alienar seus “fiéis” e, nesse caso, os estudantes da
PUC. O debate não é, sequer, cogitado. A atitude é taxativa, somos contra,
logo, não queremos discutir.
Então caímos num assunto importante, mas pouco discutido
quando falamos de universidades e faculdades, qual o real papel dessas
instituições?
Levando em conta suas origens, quando, há muito tempo atrás,
só existia a faculdade de filosofia, o conceito era “ensinar a pensar”, era
levar o conhecimento para que os alunos tirassem suas próprias conclusões.
Muito diferente do que está sendo proposto pelo D. Luiz.
Falando especificamente da PUC. A universidade sempre foi
uma instituição de lutou pelos seus direitos, que se expressou mesmo quando o
país passava por um de seus piores momentos, a ditadura militar. Exemplo disso
foi a invasão do campus pela polícia na década de 70, onde estudantes e professores
foram presos pelo regime.
Sei que não deveria, mas me surpreendo com certas atitudes
da igreja católica. Acho que por lembrar das Comunidades Eclesiais de Base, ou
de representantes como o Frei Betto ou Frei Tito, que lutaram contra a ditadura
com todas suas forças e, muitas vezes, contra a própria igreja católica. Ou nas
greves do ABC onde os trabalhadores, em certas situações, se escondiam da
polícia na igreja de São Bernardo.
Não entro na discussão sobre os temas que a igreja quer
proibir, mas na proibição. É medieval que essa instituição proíba debates. A
PUC, assim como as demais instituições de ensino, prestam serviços a sociedade,
e não a interesses de um ou outro grupo, ao menos era assim que deveria ser...
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