quarta-feira, 4 de maio de 2011

A barbárie e a estupidez jornalística


Abaixo parte do artigo de Elaine Tavares, publicado no blog do Miro:

Imaginem vocês se um pequeno operativo do exército cubano entrasse em Miami e atacasse a casa onde vive Posada Carriles, o terrorista responsável pela explosão de várias bombas em hotéis cubanos e pela derrubada de um avião que matou 73 pessoas. Imagine que esse operativo assassinasse o tal terrorista em terras estadunidenses. Que lhes parece que aconteceria?
O mundo inteiro se levantaria em uníssono condenando o ataque. Haveria especialistas em direito internacional alegando que um país não pode adentrar com um grupo de militares em outro país livre, que isso se configura em quebra da soberania, ou ato de guerra. Possivelmente Cuba seria retaliada e, com certeza, invadida por tropas estadunidenses por ter cometido o crime de invasão. Seria um escândalo internacional e os jornalistas de todo mundo anunciariam a notícia como um crime bárbaro e sem justificativa.
Mas, como foi os Estados Unidos que entrou no Paquistão, isso parece coisa muito natural. Nenhuma palavra sobre quebra de soberania, sobre invasão ilegal, sobre o absurdo de um assassinato. Pelo que se sabe, até mesmo os mais sanguinários carrascos nazistas foram julgados. Osama não. Foi assassinato e o Prêmio Nobel da Paz inaugurou mais uma novidade: o crime de vingança agora é legal. Pressuposto perigoso demais nestes tempos em que os EUA são a polícia do mundo.

Longe de defender Osama. Sempre fui a favor de que todos devem pagar por seus atos, e Osama, realmente, era a cara do terrorismo, mas não podemos vangloriar nossos vizinhos do norte pelo feito e esquecer o que eles já fizeram e fazem até hoje. As mais de 800 bases militares espalhadas no mundo, a prisão de Guantánamo, o bloqueio contra Cuba, as invasões militares e todo esse conjunto de atrocidades imperialistas que nunca são pautas das mídias... Mas claro, eles mataram Osama, agora sim, o mundo está melhor...  

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