terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O papel das forças representativas

A história dos movimentos sociais no Brasil muitas vezes se confunde com a fundação de partidos políticos ou o aparecimento de grandes nomes. Às vezes a necessidade que essas organizações têm de se organizarem como partidos se dá pelo fato de que, em alguns casos, é a única forma de atingirem seus objetivos. Outro ponto é a aparição de “líderes” dentro dessas organizações, que geralmente se aproximam de partidos e acabam se candidatando, geralmente pelo mesmo motivo anterior, pois acreditam que se tornando um político poderão ter mais voz e representar melhor o meio no qual pertence.
Outro meio, comum em diversas instituições como a UNE  ou as centrais sindicais, é o apoio a candidatos e partidos, servindo de palco para campanhas políticas. Isso é inevitável. O que não pode acontecer é a perda do censo crítico, é esquecer o real papel dessas instituições.
Com seu papel representativo, fica inaceitável  que as instituições se calem na hora das reivindicações, muito pelo contrário, o que deveria acontecer era uma maior cobrança, o que, infelizmente, nem sempre acontece.
Nos recentes protestos contra o aumento das tarifas dos ônibus notou-se a presença forte de bandeiras partidárias, só que não é esse o propósito. Não é uma caminhada por interesses políticos, nem deve servir de promoção a partidos. Aquilo é uma reivindicação do povo, independente de partido, as coisas não podem ser confundidas.
Outro ponto importante, já comentado nesse blog, é que por muitas vezes essas instituições deixam de representar o povo devido a partidarismos.
Claro que temos que reconhecer quando as coisas melhoram, e apoiar aqueles que acreditamos ser o melhor para o povo, mas isso não pode representar uma omissão em assuntos que interessam o povo só por conta de uma relação política.
O fato de apoiar um partido não quer dizer que devemos ser coniventes com tudo que ele faça. Quer dizer que devemos ser críticos e buscar sempre um diálogo, sempre com um objetivo maior, ajudar aqueles que são representados: o povo.

Nessa semana as centrais sindicais se reuniram para discutir o relacionamento entre elas e o governo, já que os primeiros meses da presidenta Dilma não começaram tão bem segundo as Centrais. A falta de diálogo é uma das principais queixas.
De acordo com o presidente do CTB, as centrais tem que se lembrar do “bom histórico de diálogo” nos anos de Lula, e que . “Juntos, o governo Lula e as centrais resolveram vários problemas. A política de valorização do salário mínimo, negociada entre as duas partes, foi fundamental para a superação da crise econômica”, diz o presidente. Eles esperam que depois da reunião de quarta-feira (dia 26) com a presidenta Dilma, as conversas se tornem mais frequentes.
A campanha de Dilma foi marcada pelo apoio maciço das forças sindicais, nem o ex-presidente Lula, que tem forte histórico com o sindicalismo, teve tanto apoio.
Em conversa sobre as negociações o presidente da CTB disse: “Não vamos ficar parados. Apoio não é adesão. Do mesmo jeito que nos unimos para apoiar, vamos mobilizar se não houver negociação.”
Acredito que esse deva ser o discurso das instituições. Devemos caminhar juntos, por uma melhoria constante e sempre pensando naqueles que mais precisam. Partidarismos e apoios não devem passar por cima dos objetivos maiores das organizações.

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